Minhas Vivências em Vomperberg
por Helene Westphal
(continuação)
No dia seguinte, às 9 horas, o ponto de encontro foi na casa dos
Eisenbeiß, deveríamos iniciar a viagem de volta. O senhor Schöneberger, que
devia retornar conosco, não apareceu na hora marcada. Já eram nove e meia, e em
resposta a um telefonema ele disse que ainda não podia vir, pois ainda havia
pacientes na sala de espera. Então partimos sem o senhor Schöneberger. Esse
fato desagradável não foi um bom presságio para este dia de viagem. Em
Feldkirch, onde o Trígono queria visitar alguém, só pediram para que
aguardassem. Passou um tempo relativamente curto e o Trígono voltou e
deveríamos continuar a viagem. Mas, oh, a senhora Reckleben e o senhor Kurt
Halseband haviam saído nesse meio tempo para comprar alguns presentes. Então
tivemos primeiro que procurá-los. Felizmente logo os encontramos em uma loja,
mas até que eles pagassem e recebessem seus pacotes, passou um bom tempo. Foi
uma sorte, o fato de só um caminho conduzir ao Arlberg. Então saímos em
disparada atrás do Trígono. Por longo tempo não conseguimos alcançá-los e só os
encontramos pouco antes do desfiladeiro do Arlberg, sentados não longe da estrada,
fazendo um piquenique. Sentamo-nos na proximidade e também comemos um pouco. O
Trígono estava gélido e não falou uma palavra conosco. Então seguimos viagem em
linha reta até Innsbruck. Contudo, também nessa viagem perdemos o carro do
Trígono de vista – apesar da senhora Reckleben e eu termos prestado bastante
atenção, porque os senhores choferes dirigiam em seu estilo, abruptos, em vez
de delicadamente esperarem um pelo outro. Quando, então, descíamos a rua
Theresienstraße em Innsbruck, o carro do Trígono já viera ao nosso encontro,
mas ele estava vazio. O senhor Deubler simplesmente passou por nós e não
sabíamos onde o Trígono estava. Refletimos, procuramos em um cinema por Eles,
mas tudo fora em vão. De repente, algo me iluminou e disse: “Eu sei onde o Trígono
está.” Eu fui com o senhor Laute ao hotel Theresia e lá, no jardim, estava o
Trígono sentado. O senhor Laute retornou rapidamente para buscar a senhora
Reckleben e eu fui muito feliz em direção à mesa do Trígono. Mas como Frau Maria estava brava. Eu ainda nunca
a havia visto tão furiosa. “O que há convosco, por que não existe harmonia
entre vós?” Foi neste sentido que Frau Maria
censurou! O Senhor estava sentado ao
lado e não disse nenhuma palavra. Eu fiquei calada angustiada, pois eu não
podia dizer que os senhores não haviam se sintonizado um com o outro, mas sim
cada um agira por si próprio, sem consideração. Pouco antes de Innsbruck então
também o senhor Schöneberger havia nos alcançado, de modo que nos sentamos
novamente juntos no jardim do hotel Maria Theresia para um café. Em seguida
fomos a um cinema, contudo, estávamos muito abatidos pelo fato de Frau Maria estar tão brava conosco,
enquanto o Senhor, em Sua grande
bondade, não disse uma palavra. Enquanto estávamos no cinema, despencou uma
forte tempestade lá fora, e quando estávamos novamente ao ar livre, tudo também
estava esquecido pelo Trígono e Eles estavam bondosos como sempre. Assim
terminou esta viagem.
continua)
Trecho do escrito Minhas Vivências em Vomperberg