Minhas Vivências em Vomperberg
por Helene Westphal
(continuação)
Na manhã seguinte fomos com o Trígono até a loja do senhor
Giese, na rua Bahnhofstraße. Ele tinha uma loja de antiguidades. Na vitrine da
esquina da mesma, decorada com muito bom gosto, havia uma Mensagem aberta e todos
os dias se viravam uma página da mesma. Vieram ainda muitos portadores da Cruz
de Zurique até ali, para cumprimentar o Senhor.
Para cada um Ele tinha um tempo para conversar e para cada um Ele tinha uma
palavra bondosa. Podia-se notar como as pessoas O amavam e
veneravam. Então fomos até a igreja Zürich-Enge, após cuja visitação nós fomos
até o parque Belvoir, para darmos ainda um passeio. Almoçamos então novamente
no nosso hotel; desta vez a mesa estava de novo menor e pudemos tomar o
cafezinho na sala do hotel. Falou-se novamente sobre encarnações, mas Frau Maria ficou calada, apesar do Senhor perguntar-lhe algumas vezes a
respeito. O Trígono visitou ainda uma exposição de automóveis e, em seguida, buscou
as portadoras da Cruz que estavam empregadas no Buffet da estação de trem. Foi
impressionante o fato de o Trígono não esquecer ninguém por ocasião desta
visita em Zurique.
De Zurique seguimos para Mühlheim. Lá o senhor Kaufmann
possuía uma gráfica, onde foram editadas as revistas “Die Stimme” (A Voz)
durante o ano de 1937. Nós pudemos examiná-las, o que foi muito interessante.
Em seguida nos sentamos numa mesa de café, que colocou na sombra tudo o que
havíamos vivenciado até agora. Apesar de não estarmos com fome, a oferta era
tentadora demais e tudo o que estava sendo ali ofertado tinha um sabor
maravilhoso. A senhora Kaufmann queria ficar servindo, mas Frau Maria disse: “Senhora Kaufmann, sente-se ao meu lado.” A senhora
Kaufmann ficou sem saber o que fazer então eu sussurrei no seu ouvido:
“Sente-se, eu faço tudo.” E quando cheguei com uma
travessa para o Senhor, Ele disse
bondosamente sorrindo: “Senhora Westphal, a senhora também sabe fazer isso?” Eu
ouvi várias vezes tais pequenas observações do Senhor e admirei-me com isso. Também aqui havia uma atmosfera solta
e alegre.
Quando, então,
voltamos de Mühlheim para Arborn, à casa dos Eisenbeiß, não havia ninguém ali
para recepcionar o Trígono. A senhora Kirsteiner veio da cozinha e pediu
desculpas pela senhora Eisenbeiß, que ainda estava se arrumando. Por fim
apareceu o senhor Eisenbeiß e conduziu o Trígono e a senhora Reckleben ao seus
quartos. Eu pude me refrescar no quarto da senhora Reckleben. Os senhores que
estavam nos acompanhando trataram novamente de nosso alojamento. Ajeitamo-nos e
fomos com o Senhor e a senhorita Irmingard ao belíssimo jardim. Por fim,
também aparecera a senhora Eisenbeiß e esperamos por Frau Maria, contudo ela não vinha e não vinha. A senhora Eisenbeiß
ficara visivelmente nervosa, pois suas trutas iriam queimar. Por fim, depois de
meia hora Frau Maria apareceu... em
trajes de viagem. Havia lá certa tensão no ar e parecia ainda ter uma pressão
sobre todos nós. A comida estava novamente excelente, como na primeira noite.
Separamo-nos bem cedo, depois de termos feito ainda um pequeno passeio à beira
do lago. Por meio do empenho do senhor Kirsteiner, o senhor Kurt Halseband e eu
obtivemos um quarto no hotel Grauer Bär in Arborn e o senhor Deubler e o senhor
Laute puderam pernoitar na casa dos Kirsteiner.
(continua)
Trecho do escrito Minhas Vivências em Vomperberg