quinta-feira, 12 de julho de 2018

Lembrando o Perigo






Lembrando: o Perigo do Fanatismo

por Otto Ernst Fritsch

Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:

(continuação)


   Quem absorveu espiritualmente em si as palavras do Senhor sobre os falsos profetas, que se arvoraram em cumprir somente uma pequena parte da obra reservada ao Filho do Homem, este também compreenderá por que Hitler nunca foi vítima de um atentado. Se, por exemplo, em 20 de julho de 1944 a eliminação de Hitler tivesse dado certo, então, mais tarde, não somente milhões de alemães, mas muitos historiadores e grande parte da humanidade teriam afirmado: “Sim, se Hitler não tivesse sido vítima do assassínio, então ele teria ainda levado o povo alemão à vitória”. E o sonho do Reino de Mil Anos de Hitler teria continuado a ser sonhado por inúmeros adeptos, mais ou menos fanáticos. O entrelaçamento singular da ambição política e da ânsia pelo poder de um lado e, do outro lado, as palavras e conceitos ancorados na Mensagem relacionados com o raiar de uma nova ordem mundial, não somente trouxe perigos terrenos, mas também grandes perigos espirituais. A Luz não podia permitir que Hitler entrasse para a história com o prestígio de um mártir, como motivo para milhares ou até milhões de pessoas ficarem amarradas em distorções perigosas de conceitos. Não somente a expressão Reino de Mil Anos está relacionada com a Mensagem, seja aqui ainda lembrada a sentença “transição universal”. “Quero proteger o que é puro, como Parsival!” Além disso, muitos alemães viam em Hitler o Messias. Pois no povo alemão estava ancorada a ideia messiânica; infelizmente, este povo tornou-se vítima do aliciador. A palavra “Führer” (líder, condutor) tem um elevado significado espiritual (“o líder espiritual do ser humano”), também a expressão dos nacional-socialistas: “Despertar a Alemanha”! Que, em seu sentido correto e completo deveria ser: “Povo alemão, desperta do sono de teu espírito!” Também a saudação: “Heil”! (Salve) tem um sentido espiritual oculto – através da “saudação alemã”: Eu te desejo a salvação, a ligação com a sagrada Luz, que traz a salvação, a libertação de todas as trevas pesadas e opressoras. ¾
Na época estavam operando, principalmente no começo, forças dentro do nacional-socialismo que queriam eliminar tudo o que era impuro e empenhavam-se e lutavam com grandes sacrifícios por uma nova ordem mundial. O fato de que, finalmente, apenas metas muito restritas terem sido admitidas por parte do governo, e da excessiva necessidade de ser notado e o ódio racial terem adquirido a supremacia, não estava, por fim, previsto no grande plano de desenvolvimento que se estenderia por milênios. A expressão “Deutschland, Deutschland, über alles” (Alemanha, Alemanha, sobre tudo), direcionada pelos nacional-socialistas para vias políticas unilaterais, havia sido dada pelo alto ao poeta Hoffmann von Fallersleben, como promessa de futuras realizações. Se o povo alemão, e acima de tudo também seus dirigentes governamentais, tivessem dado ouvidos à voz da intuição, que, entre outras coisas, também é estimulada pelo hino da Alemanha, então ele teria estado apto a servir de solo e de ponto de partida para a divulgação da Palavra sobre toda a Terra e a promessa dada teria sido cumprida de fato, em grande parte de forma visível.
Nos sinais das grandes promessas também se encontra a expressão “Sagrado solo do Tirol”. Isso possui um destaque, pois não está associado a nenhum outro país da Europa, a nenhum Estado e a nenhuma região o conceito “sagrado”; não existe um “Kärnten sagrado”, nenhuma “França sagrada”, nenhuma “Normandia sagrada”, etc. Muitos tiroleses acreditavam que a expressão “Sagrado solo do Tirol” era porque partiu dali o levante contra o opressor Napoleão em 1808. Mas no arquivo histórico de Innsbruck, onde consultei antigos documentos, este conceito já aparecia séculos antes disso, se me lembro direito, existe até mesmo um documento de 1365.
A História mostra que ao longo dos séculos o centro da Europa, ou seja, a Alemanha, também foi centro das mais intensas lutas e discórdias, em parte de natureza mais material terrena, em parte de natureza mais religioso-idealista. Nenhum povo desta Terra, segundo meus conhecimentos, teve que passar por tantos acontecimentos aglomerados e por tanto sofrimento quanto o povo alemão. A expressão de Swen Hedins: “O povo alemão é o primeiro povo desta Terra, em cujo meio se processa a luta entre a Luz e as trevas”, refere-se apenas parcialmente ao passado, mas valia para a atualidade daquela época e era também uma vidência para o futuro. O passado e o presente preparam o futuro. Se o povo alemão ainda reconhece a sua missão, depende dele e do fato se as boas forças dentro de si juntam-se para vencer as forças das trevas na luta inevitável. Todos os dons que habilitam o povo alemão a ser lutador da Luz jazem dentro dele, estão ancoradas nele.

Povo alemão desperta do sono de teu espírito!


(continua)


Extraído (em continuação) da Cópia de um manuscrito de Otto-Ernst Fritsch