Lembrando: o Perigo do Fanatismo
por Otto Ernst Fritsch
Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:
(continuação)
③②Quem absorveu espiritualmente em
si as palavras do Senhor sobre os falsos
profetas, que se arvoraram em cumprir somente uma pequena parte da obra
reservada ao Filho do Homem, este também compreenderá por que Hitler
nunca foi vítima de um atentado. Se, por exemplo, em 20 de julho
de 1944 a eliminação de Hitler tivesse dado certo, então, mais tarde,
não somente milhões de alemães, mas muitos historiadores e grande parte da
humanidade teriam afirmado: “Sim, se Hitler não tivesse sido vítima do
assassínio, então ele teria ainda levado o povo alemão à vitória”. E o sonho do
Reino de Mil Anos de Hitler teria continuado a ser sonhado por inúmeros
adeptos, mais ou menos fanáticos. O entrelaçamento singular da ambição política
e da ânsia pelo poder de um lado e, do outro lado, as palavras e conceitos
ancorados na Mensagem relacionados com o raiar de uma nova ordem mundial, não
somente trouxe perigos terrenos, mas também grandes perigos espirituais. A Luz
não podia permitir que Hitler entrasse para a história com o prestígio de um
mártir, como motivo para milhares ou até milhões de pessoas ficarem amarradas
em distorções perigosas de conceitos. Não somente a expressão Reino de
Mil Anos está relacionada com a Mensagem, seja aqui ainda lembrada a
sentença “transição universal”. “Quero proteger o que é puro, como
Parsival!” Além disso, muitos alemães viam em Hitler o Messias.
Pois no povo alemão estava ancorada a ideia messiânica; infelizmente, este povo
tornou-se vítima do aliciador. A palavra “Führer” (líder, condutor) tem
um elevado significado espiritual (“o líder espiritual do ser humano”), também
a expressão dos nacional-socialistas: “Despertar a Alemanha”! Que,
em seu sentido correto e completo deveria ser: “Povo alemão, desperta do
sono de teu espírito!” Também a saudação: “Heil”! (Salve)
tem um sentido espiritual oculto – através da “saudação alemã”: Eu te desejo a
salvação, a ligação com a sagrada Luz, que traz a salvação, a libertação de
todas as trevas pesadas e opressoras. ¾
Na época estavam operando, principalmente no começo,
forças dentro do nacional-socialismo que queriam eliminar tudo o que era impuro
e empenhavam-se e lutavam com grandes sacrifícios por uma nova ordem mundial. O
fato de que, finalmente, apenas metas muito restritas terem sido admitidas por
parte do governo, e da excessiva necessidade de ser notado e o ódio racial
terem adquirido a supremacia, não estava, por fim, previsto no grande plano de
desenvolvimento que se estenderia por milênios. A expressão “Deutschland,
Deutschland, über alles” (Alemanha, Alemanha, sobre tudo), direcionada
pelos nacional-socialistas para vias políticas unilaterais, havia sido dada
pelo alto ao poeta Hoffmann von Fallersleben, como promessa de futuras
realizações. Se o povo alemão, e acima de tudo também seus dirigentes
governamentais, tivessem dado ouvidos à voz da intuição, que, entre outras
coisas, também é estimulada pelo hino da Alemanha, então ele teria estado apto
a servir de solo e de ponto de partida para a divulgação da Palavra sobre toda
a Terra e a promessa dada teria sido cumprida de fato, em grande parte de forma
visível.
Nos sinais das grandes promessas também se encontra a
expressão “Sagrado solo do Tirol”. Isso possui um destaque, pois não está
associado a nenhum outro país da Europa, a nenhum Estado e a nenhuma região o
conceito “sagrado”; não existe um “Kärnten sagrado”, nenhuma “França sagrada”,
nenhuma “Normandia sagrada”, etc. Muitos tiroleses acreditavam que a expressão
“Sagrado solo do Tirol” era porque partiu dali o levante contra o opressor
Napoleão em 1808. Mas no arquivo histórico de Innsbruck, onde consultei antigos
documentos, este conceito já aparecia séculos antes disso, se me lembro
direito, existe até mesmo um documento de 1365.
A História mostra que ao longo dos séculos o centro da
Europa, ou seja, a Alemanha, também foi centro das mais intensas lutas e
discórdias, em parte de natureza mais material terrena, em parte de natureza
mais religioso-idealista. Nenhum povo desta Terra, segundo meus conhecimentos,
teve que passar por tantos acontecimentos aglomerados e por tanto sofrimento
quanto o povo alemão. A expressão de Swen Hedins: “O povo alemão é o
primeiro povo desta Terra, em cujo meio se processa a luta entre a Luz e as
trevas”, refere-se apenas parcialmente ao passado, mas valia para a
atualidade daquela época e era também uma vidência para o futuro. O passado e o
presente preparam o futuro. Se o povo alemão ainda reconhece a sua missão,
depende dele e do fato se as boas forças dentro de si juntam-se para vencer as
forças das trevas na luta inevitável. Todos os dons que habilitam o povo alemão
a ser lutador da Luz jazem dentro dele, estão ancoradas nele.
Povo alemão desperta
do sono de teu espírito!
(continua)
Extraído (em continuação) da Cópia de um manuscrito de Otto-Ernst Fritsch