Minhas Vivências em Vomperberg
por Helene Westphal
(continuação)
Nunca
houve um impedimento em minha vida. Depois dessa primeira conversa com o Senhor eu andava como que em sonho. Só
havia um pensamento em minha cabeça: “Tu O conheces, de onde, porém, tu O
conheces?” Apenas muito mais tarde eu tomei conhecimento de onde eu conhecia o Senhor.
No natal de
1936 fui selada e em 13 de fevereiro de 1937 mudei-me com meus dois filhos para
a Montanha. Havíamos morado em Tutzing e chegamos a pleno inverno à Montanha.
Tudo estava preparado para a nossa chegada e ficamos muito bem alojados até
nossos móveis chegarem.
Cerca
de 100 adeptos viviam naquela época na Montanha. Particulares e funcionários.
Havia uma escola estatal autorizada, um pequeno internato que era dirigido por
um casal de professores. Os alunos sentavam-se separados dos adultos nas
refeições. As meninas eram cuidadas por uma de quatro senhoras, que se
alternavam a cada semana; os meninos eram cuidados pelo professor, o qual era
muito rigoroso. Na Montanha viviam principalmente alemães, mas também
holandeses, tchecos, franceses e ingleses. Quase todas as profissões estavam
representadas, de modo que a Colônia era quase independente do mundo exterior.
Como havia muito trabalho, o almoço e o jantar eram tomados em conjunto. O Senhor determinava a disposição da
mesa que, por motivos bem pensados, era sempre de novo modificada.
Nós
éramos de índole das mais diversas e fomos sempre postos junto com alguém, que
era apropriado, para moldarmo-nos, adaptarmo-nos e amadurecermos reciprocamente,
a fim de formarmos um refúgio de paz e de harmonia na Terra. Tudo era e devia
permanecer móvel, nada era rígido e, se algo se tornasse difícil, imediatamente
havia ajuda e quem realmente não pudesse adaptar-se, deixava por si mesmo a
Montanha. Jamais havia um: você deve!
Assim aprendíamos a modificar-nos sempre que fosse necessário, pois os efeitos
recíprocos efetuavam-se muitas vezes de forma imediata. Acontecia, por exemplo,
que Frau Maria determinasse bem cedo
de manhã, que vários grupos tinham de trocar suas residências ou seus quartos.
Para todos nós era um contínuo aprender e desenvolver sob a condução do
Trígono.
Nossa
vida na Montanha estava, por assim dizer, dividida em castas! Havia uma grande distância entre discípulos, portadores da
Cruz de ouro e de prata. As castas, porém, não se encontravam uma acima das
outras, mas sim uma ao lado das outras. Ninguém olhava para os outros com
superioridade, pois o que contava era o ser humano e como ele desempenhava o
seu trabalho. O mais ínfimo trabalho era exatamente tão importante como o
maior. Os discípulos encontravam-se mais próximos do Senhor, eram por Ele
ensinados e tinham em tudo a maior responsabilidade. Por seu próprio pedido
puderam encarnar-se nessa época, tendo sidos agraciados com grandes capacidades,
para poder auxiliar o Senhor em Sua
grande missão. Os portadores da Cruz de ouro tinham que auxiliar os discípulos
em suas tarefas terrenas e tinham igualmente uma grande responsabilidade. Os
portadores da Cruz de prata não tinham esta responsabilidade, mas tinham de
viver exemplarmente como seres humanos. O Senhor
expressou-se uma vez nesse sentido, dizendo que Ele preferia certos portadores
da Cruz de prata a um discípulo.
Nas devoções era sempre o Senhor mesmo quem
falava. Quando Ele entrava no recinto de devoção, vinha uma Luz com Ele, quando
Ele deixava o recinto, então a Luz ia novamente com Ele, e ali escurecia.
Sempre eu via isso dessa forma e sempre me atingia uma grande dor, quando
novamente escurecia.
(continua)
Trecho do escrito Minhas Vivências em Vomperberg