Dos Mistérios da Atuação de Deus
Parsival
por um convocado
Elisabeth, porém, rege sobre tudo
como receptáculo condensador de força atuante e, a partir das imagens
primordiais das virtudes na esfera divina, florescem, na etapa seguinte, os
anciões, isto é, os eternos.
Os pensamentos de Deus que tomaram
forma trazem em si a força irradiante, direta e contém o todo, isto é, eles
vibram cada um por si na Cruz, são, portanto, ativos e passivos ao mesmo tempo. Eles vivem
na esfera divina.
Sua espécie particular, porém, objetivas atividades unilaterais de irradiação para uma determinada direção e, a partir disso, dirigindo-se para baixo,
para o puro espiritual, efetua uma cisão nas espécies que vibram unilateralmente de forma predominantemente positiva e
predominantemente negativa. Estas se formam de modo correspondente a sua
espécie particular, em masculino e feminino. Todas elas devem ser consideradas
como crianças oriundas do Jardim de Deus.
Apenas estas é que formam o círculo
dos mais elevados primordialmente criados no puro espiritual, portanto, fora da esfera
divina.
Por meio de sua vontade eles edificam lá o Templo, o Burgo sagrado, para
adoração de Deus, a Quem agradecem, a Quem vivem servindo eternamente em
bem-aventurança. Eles o edificam segundo a imagem primordial no divino. —
Parsival
Grande demais é o acontecimento nas
mais elevadas alturas, para que ele seja capaz de ser comprimido de forma
lógica em palavras humanas. Por isso, diante do olho espiritual surgem imagens individuais
oriundas do todo para uma mais fácil compreensão e para comprimir em conceitos
humanos.
Assim aparece Elisabeth com o menino
Parsival nos braços. Palavras sonantes soam de seus lábios:
“O menino nasceu no espírito a partir
de mim, para fortalecimento da Criação e para o sagrado cumprimento do amor de
Deus.
“Eu Sou!” foi a palavra que desceu do
alto e tomou forma através de mim. Parsival, o Espírito da Justiça, nasceu do
sagrado amor unido com a mais elevada pureza.
Ao mesmo tempo, abriu-se o arco do
céu e, ofuscando, fluiu luz além do limite do estreito círculo, e no jardim do
Seu Pai a vida flamejou e incandesceu o meu atuar.
Uma semente primordial após outra
fluía então para baixo, para o sagrado receptáculo preparado, que estava
perpassado de vida doadora.
Soando, fluíam as gotas de força,
flamejando de forma dourada elas caíam qual chuva através do círculo das pontas
das virtudes divinas formadas pelo querer e dividiam-se em masculino e
feminino.
Auxiliares divino-enteais subiam e
desciam, fortalecendo e apoiando as sementes primordiais no novo solo, e
cresciam coluna após coluna, aspirando pelo alto, num agradecido e jubiloso
servir e reconhecer. Elas se estendiam para o alto, orando ao Pai com todo o
seu ser. Elas foram encimadas por cúpulas pelas auxiliadoras pontas da força
que Ele emanava para baixo – para
nosso auxílio.
Assim se formou a casa em volta do
menino Parsival, a Sede da força e o abrigo protetor ao redor da fonte da vida.
E flamejava o receptáculo puro, que
havia absorvido em si a vida, e a emanava adiante, vivificando e criando na lei
eterna.
E vivificando e criando atuava
adiante, de modo que nasceu disso, fluindo em abundância, a pura força da mais
perfeita beleza, para honra do Criador. Portanto, do Jardim de Deus nasceram os
mais elevados, os fiéis de Parsival.
Em círculo eles rodearam a ardente e
reluzente fonte da força de Seu Pai. Adorando
num alegre atuar!
E cada vez mais irradiante reluzia,
através disso, o reino da Criação primordial e expandia-se para baixo, para
fora, através de condensações que se esfriavam.”
Assim soaram as palavras
oriundas da boca da Rainha primordial. —
Editora Der Ruf“ G.m.b.H. Munique – 1934
Ilustração — Hermann Wenng
(continua)