terça-feira, 13 de março de 2018

Dos Mistérios... V






Dos Mistérios da Atuação de Deus

Parsival


por um convocado


Elisabeth, porém, rege sobre tudo como receptáculo condensador de força atuante e, a partir das imagens primordiais das virtudes na esfera divina, florescem, na etapa seguinte, os anciões, isto é, os eternos.
Os pensamentos de Deus que tomaram forma trazem em si a força irradiante, direta e contém o todo, isto é, eles vibram cada um por si na Cruz, são, portanto, ativos e passivos ao mesmo tempo. Eles vivem na esfera divina.
Sua espécie particular, porém, objetivas atividades unilaterais de irradiação para uma determinada direção e, a partir disso, dirigindo-se para baixo, para o puro espiritual, efetua uma cisão nas espécies que vibram unilateralmente de forma predominantemente positiva e predominantemente negativa. Estas se formam de modo correspondente a sua espécie particular, em masculino e feminino. Todas elas devem ser consideradas como crianças oriundas do Jardim de Deus.
Apenas estas é que formam o círculo dos mais elevados primordialmente criados no puro espiritual, portanto, fora da esfera divina.
Por meio de sua vontade eles edificam lá o Templo, o Burgo sagrado, para adoração de Deus, a Quem agradecem, a Quem vivem servindo eternamente em bem-aventurança. Eles o edificam segundo a imagem primordial no divino.  —

Parsival

Grande demais é o acontecimento nas mais elevadas alturas, para que ele seja capaz de ser comprimido de forma lógica em palavras humanas. Por isso, diante do olho espiritual surgem imagens individuais oriundas do todo para uma mais fácil compreensão e para comprimir em conceitos humanos.
Assim aparece Elisabeth com o menino Parsival nos braços. Palavras sonantes soam de seus lábios:
“O menino nasceu no espírito a partir de mim, para fortalecimento da Criação e para o sagrado cumprimento do amor de Deus.
“Eu Sou!” foi a palavra que desceu do alto e tomou forma através de mim. Parsival, o Espírito da Justiça, nasceu do sagrado amor unido com a mais elevada pureza.
Ao mesmo tempo, abriu-se o arco do céu e, ofuscando, fluiu luz além do limite do estreito círculo, e no jardim do Seu Pai a vida flamejou e incandesceu o meu atuar.
Uma semente primordial após outra fluía então para baixo, para o sagrado receptáculo preparado, que estava perpassado de vida doadora.
Soando, fluíam as gotas de força, flamejando de forma dourada elas caíam qual chuva através do círculo das pontas das virtudes divinas formadas pelo querer e dividiam-se em masculino e feminino.
Auxiliares divino-enteais subiam e desciam, fortalecendo e apoiando as sementes primordiais no novo solo, e cresciam coluna após coluna, aspirando pelo alto, num agradecido e jubiloso servir e reconhecer. Elas se estendiam para o alto, orando ao Pai com todo o seu ser. Elas foram encimadas por cúpulas pelas auxiliadoras pontas da força que Ele emanava para baixo – para nosso auxílio.
Assim se formou a casa em volta do menino Parsival, a Sede da força e o abrigo protetor ao redor da fonte da vida.
E flamejava o receptáculo puro, que havia absorvido em si a vida, e a emanava adiante, vivificando e criando na lei eterna.
E vivificando e criando atuava adiante, de modo que nasceu disso, fluindo em abundância, a pura força da mais perfeita beleza, para honra do Criador. Portanto, do Jardim de Deus nasceram os mais elevados, os fiéis de Parsival.
Em círculo eles rodearam a ardente e reluzente fonte da força de Seu Pai. Adorando num alegre atuar!
E cada vez mais irradiante reluzia, através disso, o reino da Criação primordial e expandia-se para baixo, para fora, através de condensações que se esfriavam.”
Assim soaram as palavras oriundas da boca da Rainha primordial. 

Editora Der Ruf“ G.m.b.H. Munique – 1934 

Ilustração — Hermann Wenng

(continua)