Minhas Vivências em Vomperberg
por Helene Westphal
(continuação)
Contudo,
não vivíamos isolados do mundo na Montanha. O Senhor gostava de fazer viagens e, sobretudo, ia-se frequentemente a
Innsbruck. Então, no verão, fazíamos piquenique nas redondezas, o que o Trígono
gostava em especial, e depois íamos muitas vezes a um cinema, pois o Senhor tinha uma predileção por bons
filmes. Uma vez apresentado um filme japonês, cotado como especialmente bom.
Quando nós observávamos os cartazes diante do cinema, eu ouvi como o Senhor disse: “Nós não vamos entrar,
pois o Japão está morto.” O próprio Senhor
havia escrito peças teatrais durante Sua atividade de escritor, as quais também
foram apresentadas. Entre outras coisas Ele também disse que as grandes
invenções em filme e técnica somente surgiriam depois da guerra. Ele também já
indicara naquela época para o fato de que a hora somente possui ainda 45
minutos.
Quando
cheguei à Montanha, fui frequentemente convidada por diversas senhoras para um
café, mas todas essas vezes eu voltava decepcionada para casa; pois eu
procurava e tinha muitas perguntas. Então meu pai veio de passagem até a
Montanha e visitou-me. Também o senhor Lucien Siffrid vinha todas as manhãs até
a minha casa, pois ele tinha a incumbência de cuidar dos visitantes masculinos.
Meu pai tinha muitas perguntas e conversava de forma bem animada com ele. Eu
ouvia atentamente, pois aí eu sabia sobre as coisas que estava procurando.
Liguei-me então aos Siffrids e aprendi assim muito com o senhor Siffrid.
Durante as Solenidades vinham sempre muitos visitantes até a casa dele e de sua
esposa, os quais igualmente tinham muitas perguntas. Também se tocava música e
as horas lá eram sempre muito valiosas e enriquecedoras.
No
início de abril de 1937 o Trígono planejara uma viagem para o Lago de Garda.
Essas viagens tinham sempre um profundo motivo e eu ouvira que o Senhor possuía uma grande preferência
exatamente pelo Lago de Garda, e que Ele havia se expressado: “O que o Lago de
Genezaré foi para Jesus, é para mim
o Lago de Garda”, e “a muitos será dado aqui e a muitos será tirado aqui.” Eu
fui indagada se eu gostaria de viajar junto e aí só podia haver um “Sim”. Minha
alegria era grande, pois era sempre uma vivência bem especial poder estar assim
nas imediações junto ao Trígono.
Bem
cedo, no dia 5 de abril de 1937 foi a partida. Durante toda a viagem tivemos
tempo bom e quando entramos em uma cidade, foi como se um retumbar de trovão
soasse ao nosso encontro. O Senhor
disse então: “Os enteais estão me saudando.” Nos passeios, as salamandras e as
lagartixas aproximavam-se bastante Dele.
Podia ser sentida essa tal vibração, com tal força em Sua proximidade, que a
gente nem sequer se cansava. O carro do Trígono era dirigido pelo senhor
Deubler e o segundo pelo senhor Kovar de Praga. Neste estavam a senhora
Berninger, a senhora Reckleben e eu. Naquela época eu era portadora da Cruz de
prata entre discípulos e apóstolos, mas tudo era tão harmonioso, que eu não
podia sentir qualquer distanciamento.
Nossa
viagem passava por Bozen em direção a Gardone, onde nos hospedamos no hotel
Fasano, um hotel tranquilo à beira do lago. O Senhor estava muito disposto, que logo contagiou a todos nós. O
senhor Kovar foi nomeado copeiro e fez sua tarefa tão bem que avançou a guia de
viagem e eu já posso agora adiantar, que ele exerceu seu cargo para plena
satisfação do Senhor.
(continua)
Trecho do escrito Minhas Vivências em Vomperberg