Nas
Florestas da África
Episódio
III
Como se Vive na Tribo
(continuação)
Alguns dias mais tarde, claro
brilhava o Sol sobre Tuimah-Uru, a colônia do povo Tuimah. Ele brilhava em cima
das redondas cabanas trançadas com palhas, ramos e capim, que pareciam cestos
virados ao contrário. Rente ao chão das cabanas havia uma abertura, na qual não
se podia entrar de pé, mas apenas gatinhando como os animais. Em cima, onde a
inclinação da cabana começa no arredondamento do teto, havia vários buracos
oblíquos, que permitiam a entrada de luz e ar, mas não de chuva, a não ser
quando ela vinha traiçoeiramente de lado. Então, a umidade deveria ser, na
verdade, suportada.
Dentro, a cabana era toda revestida com peles e mantida
limpa. Quem conspurcasse a cabana nunca mais poderia entrar nela. As peles, em
determinadas épocas do ano eram sacudidas do lado de fora e colocadas ao Sol
para que absorvessem dele força curativa. Tendo o homem obtido pela caça novas
peles, as velhas eram dadas de presente, na maioria das vezes para as viúvas.
Em cada uma dessas singulares cabanas havia uma espécie de despensa aberta,
construída em madeira, anexa à cabana e protegida do vento, onde eram
armazenados todos os utensílios da família. Era o orgulho das mulheres possuir
os mais belos jarros, cestos, facas e recipientes e guardá-los bem organizados.
Ao lado desses utensílios, encontravam-se as ferramentas e armas dos homens.
Também uma caixa de pedra estava lá, na qual ficavam as roupas.
Encher essa
caixa até a borda com coisas manuais bem trabalhadas era a maior ambição das
mulheres.
Fora da colônia pastavam, à longa distância, considerável rebanho de
cabras, ovelhas, bovinos, búfalos e cavalos listrados e cerdosos. Os homens
escolhiam cuidadosamente o solo de pastagem para os animais, os quais
pertenciam a todos.
Para o desenvolvimento daquilo que lhes fora confiado, eles
eram responsáveis perante toda a tribo. As ovelhas eram tosquiadas, então
armazenava-se a lã até que chegasse o tempo em que as mulheres pudessem
aprontar algo com isso.
Depois, Bu-anan a dividia conforme o número dos membros
das famílias e era obrigação das mulheres ter o melhor e o máximo cuidado
possível com ela. Da mesma forma era procedido com o couro das cabras.
Os
homens sabiam preparar um couro macio que lhes servia como vestimenta
resistente. A criação dos rebanhos e a caça eram as principais atividades dos
homens. Além disso, curtiam o couro, construíam cabanas e faziam os trabalhos
pesados.
As mulheres cultivavam os poucos campos nas proximidades das cabanas.
Uma espécie de milho miúdo crescia lá, do qual as mulheres, juntas, preparavam
pão após triturarem o milho entre grandes pedras.
Este pão formava juntamente
com o leite de cabra a alimentação principal de todos.
Dos bovinos não se
tirava leite, pois os homens acreditavam que os bezerros morreriam.
Eles,
porém, queriam ter muitos animais novos, cuja carne saboreavam mais do que a
dos animais velhos.
As crianças, que eram habituadas cedo ao trabalho,
precisavam procurar tâmaras, figos e outras frutas para complementar a
alimentação. Da mesma forma elas precisavam descobrir os ovos, dos quais, com a
permissão de Bu-anan, poderiam ser pegos os de algumas espécies de pássaros.
(continua)
Uma obra traduzida diretamente do texto original alemão de 1937, o qual foi publicado nos cadernos 6 a 12 da revista Die Stimme (A Voz).
A história está sendo publicada em episódios da coleção do G +:
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Por esse mesmo esquema já foram publicadas as obras como coleções do G +: