Lembrança Pela Simpatia
por Otto Ernst Fritsch
Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:
(continuação)
⑲ Quando, em 1933, muitas pessoas, surpresas,
admiradas e muitas vezes com temor e ódio, vivenciaram a incrível ascensão
exterior da Alemanha sob a nova direção política, eu disse em sincera admiração
ao Senhor: “Eu gostaria de
ser para o Senhor não outra coisa do
que também um Goebbels.” (Sem o dom único de discursar e a capacidade
de entusiasmar do Dr. Josef Goebbels, Hitler jamais teria chegado ao poder).
Então, o Senhor disse sorrindo: “Sr.
Fritsch, mas isso nós não vamos querer imitar!” Mas, no mesmo instante, Ele
chegou bem perto de mim, tirou o anel de seu dedo direito, tomou minha mão
direita, colocou nela o anel e apertou com força minha mão com o anel dentro,
colocando por cima sua outra mão. Olhou-me seriamente e não disse nada. Não
tenho como descrever com palavras as minhas intuições nessa vivência abaladora.
⑳ Várias vezes na minha vida eu tive visões
(espirituais). Essas visões nunca vinham durante a noite, mas sempre durante o
dia, em plena e clara consciência. Certo dia − em 1930 ou 1931 − vi, de
repente, um rosto enorme, gigantesco, mas não conseguia definir os contornos do
rosto, pois havia como uma névoa na frente. Mas soube logo: Este é o Salvador
da Alemanha, o Salvador do Mundo. Pouco tempo depois, vi outro rosto. Eu
me vi diante de uma enorme massa humana – eram muitos milhares – e
falava inflamado, entusiasmado e jubilando do Salvador da Alemanha, do Salvador
da humanidade. Será que a vivência com o Senhor,
que descrevi acima, está relacionada a isso?
②① Tanto quanto sei, havia em Vomperberg, além do Senhor, somente uma pessoa que sempre
pensava e falava de forma positiva e este foi o senhor von der
Krone. Um exemplo de como o Senhor
conseguia influenciar de forma positiva as pessoas com essa Sua maneira de ser,
pode ser dado por uma ocorrência na qual ocupou um papel importante ao tal
certo Sr. Ernst Laute – que mais tarde tornou-se convocado e
depois discípulo. Este Sr. Ernst Laute era uma pessoa incomum. Ele dispunha de
um raciocínio especialmente bom e sagaz. Pode ser que eu esteja vendo isso de
forma muito pessoal, mas minha impressão foi, e ainda é, que tudo o que ele
dizia era formulado de forma clara e logicamente pensada, mas, ao mesmo tempo, tinha
uma maneira dura e fria, sem amor. − Acho que foi em 1931 ou 1932. Abdrushin incumbiu
um convocado para que escrevesse uma dissertação sobre um assunto,
sobre o qual este anteriormente havia manifestado ideias muito boas. O
respectivo portador da Cruz de ouro pôs-se imediatamente ao trabalho com
alegria e entusiasmo. Na convicção de ter feito um trabalho especialmente bom,
ele o deu ao discípulo Ernst Laute para que este o lesse. Este descobriu
imediatamente as muitas falhas e deficiências de estilo e outras imperfeições,
que prejudicavam a impressão geral e não vacilou em diminuir o todo com
uma crítica debochada e destrutiva. A vítima dessa critica,
derrubada das nuvens, como se pode imaginar, ficou totalmente desanimada e
abalada. Neste momento, o Senhor
entrou, viu o que estava escrito e disse alegre: “Muito bem, o senhor já
terminou.” – “Por favor, posso vê-lo?”
(Mais
uma vez um exemplo de como o Senhor
era de uma gentileza e amabilidade perfeitas em todas as coisas). O Senhor elogiou alguns trechos
especialmente bonitos e expressou Sua alegria sobre algumas ideias bem
formuladas. Como o autor, ao escrever, tinha chegado a algumas ideias novas, o Senhor disse: “Por favor, faça-me a
alegria e escreva um trabalho também sobre isso”! O homem saiu feliz e alegre.
(Somente quem vivenciou a irradiação pessoal do Senhor pode mensurar a indizível bem-aventurança e alegria jubilosa
que partia do Senhor e que pulsava
fortemente através das pessoas, às quais Ele se dirigia). ¾
Quando o portador da Cruz saiu da sala, o Senhor
disse ao senhor Ernst Laute, amável e repreensivamente (também em Suas
repreensões, Ele era muito amável, pensando sempre, não em destruir, mas em
construir): O senhor admira-se, Sr. Laute, de que elogiei muitas coisas lá onde
o senhor, apenas com crítica destrutiva, paralisara o homem. Creia-me, também
eu vi os trechos que não estavam belos, ainda imperfeitos, bem como as falhas
de estilo. Mas como algo pode ficar belo e perfeito, se não trabalharmos, se
não lutarmos? (nota: no sentido de que somente o ser humano que se esforça e
luta comete falhas. Somente através de falhas o ser humano consegue, por fim,
avançar espiritualmente). Agora o homem vai ao trabalho com nova força e
provavelmente vai produzir algo melhor. Se ele tivesse saído da forma
como quando o sr. falou com ele, ele teria permanecido desanimado e nunca mais
teria feito algo novo neste sentido.” (Nota: Na frente da Casa do
Graal está escrito: “Corajosamente adiante é do agrado de Deus!” E sempre novamente o Senhor,
Frau Maria e a Srta. Irmingard diziam: “Deus
ajuda apenas aquele que tem coragem!”).
(continua)
Extraído (em continuação) da Cópia de um manuscrito de Otto-Ernst Fritsch