Lembrando a Ingratidão
por Otto Ernst Fritsch
Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:
(continuação)
④Ⓞ Certa vez, comovido, eu disse ao Senhor: A Mensagem do Graal é tão
lógica e tão claramente compreensível que tenho a convicção de que até mesmo só
com o raciocínio é “possível reconhecer a construção” na regularidade da lei. –
“Sim, senhor Fritsch”, respondeu o Senhor,
“aí o senhor tem toda a razão, mas isso só consegue o raciocínio purificado”.
④① “O quanto a Mensagem é conhecida e divulgada no outro lado do
mundo, isso pode ser visto por um exemplo”, disse-me o Senhor. “Num templo no Japão, a Mensagem é guardada por sacerdotes
num relicário sagrado. E esses também sabem de Mim e da Verdade da Palavra”.
À
minha pergunta, sobre porquê estes ainda não atuam abertamente para o Senhor, Ele me respondeu: “Ainda não
está na hora”.
(Milhões de pessoas já agora vivem a Mensagem e
chegarão a ela da noite para o dia, quando a hora para isso tiver chegado.)
④② Antes de ter chegado à Mensagem, eu tinha o grande defeito de
acreditar primeiro somente no lado bom em relação a todas as pessoas. Mas, o
senhor von der Krone disse-me que é igualmente errado acreditar no inverso,
somente no lado mal e sombrio das pessoas. Deveríamos aprender a observar tudo
de forma neutra, deixar de lado a escala de valores “bom” e “mau” e deixar tudo
agir de forma simples sobre nós. Tendo aprendido isso, então nossa intuição,
ajustada de forma neutra em conexão com o raciocínio, poderia reconhecer
claramente o que é certo e o que não é certo.
Inapreensível
e admirável, que não pode ser expresso com palavras, é o amor do Senhor em relação a cada ser humano,
embora Ele reconhecesse logo as falhas e as trevas. Muitas vezes o Senhor disse que justamente o ser
humano, por quem Ele se empenhava de modo especial em ajudar, a quem Ele cobria
de amor, um dia causar-Lhe-ia imenso sofrimento, pois o Senhor conhecia sempre o caminho de cada ser humano desde seu
passado e também sabia o quanto o seu querer causaria novos sofrimentos em
futuro próximo. Entre 1931 e 1941, quando pude estar pessoalmente nas
proximidades do Senhor, vivenciei um
grande número de pessoas que falavam, no início, com grande entusiasmo do Senhor, de modo que se podia estar
convicto de que estavam ligadas a Ele em grande amor e que estavam profundamente
tomadas de Sua Mensagem e felizes.
Mas,
de repente, aparentemente de hoje para amanhã, tudo era diferente nestas
pessoas; na maioria dos casos, sem motivo real, começavam a vociferar e a voltar-se
em fúria cega contra Abdrushin, um fenômeno tanto mais incompreensível porque
as acusações repulsivas em pleno público eram apresentadas justamente por
aqueles que haviam recebido muito de bom Dele. Aqueles que puderam vivenciar
isso na proximidade do Senhor como
testemunhas ficaram abalados e sem saber o que fazer diante de tais situações,
para as quais simplesmente não havia uma explicação lógica e plausível. A
única explicação, que só é possível vista de uma altura mais elevada e que está
estreitamente ligada à espécie da missão do Senhor, encontra-se na dissertação “O Estranho” no primeiro volume
da Mensagem do Graal. Muitos nomes ainda ardem hoje dolorosamente na lembrança
de portadores da Cruz antigos. Quero tomar aqui apenas dois exemplos, dentre
centenas de outros casos semelhantes:
O
discípulo suíço Schönenberger estava sentado num café, oferecido pelos
portadores da Cruz de ouro em homenagem ao Senhor,
na antiga Casa de Devoção (a primeira Casa de Devoção, que não existe mais há
muitos anos, era ao mesmo tempo o local das refeições em conjunto), diretamente
na frente do Trígono (naquela época ele ainda era portador da Cruz de ouro) e
disse de repente, muito abalado e com lágrimas nos olhos: “Realmente é
inacreditável, que posso estar sentado à mesa do Senhor”.
Contudo,
justamente este senhor Schönenberger fez, mais tarde, repetidas campanhas de
difamação e desonra contra o Senhor.
Falar sobre detalhes disso seria repulsivo demais.
O
segundo exemplo: A Srta. Peters, uma das primeiras portadoras da Cruz, foi
agraciada durante anos pelo Senhor
com especial bondade e atenção e ela tinha um grande volume de cartas escritas
pessoalmente por Abdrushin. Como ela não estava bem financeiramente, o Senhor também a ajudou muito e
frequentemente com isso. Finalmente, Ele intermediou um casamento dela com o
compositor Eduard Könnecke, que mais tarde também se tornou discípulo. Por um
motivo para mim desconhecido, não foi permitido unicamente a este discípulo ir
à Montanha e ali morar. Por isso, ambos, o Sr. e Sra. Könnecke escreviam sempre
de novo cartas comoventes, pedindo e suplicando a Abdrushin que Ele lhes
permitisse chegar pelo menos tanto nas proximidades que pudessem ver o telhado
da Casa do Graal. A contragosto e de má vontade este pedido foi-lhes concedido
e então eles se mudaram para o segundo andar, sob o teto da casa do agricultor
Steinlechner. De todos os que mais tarde se tornaram inimigos ferrenhos de
Abdrushin, ambos Könneckes tornaram-se, pouco tempo depois, os piores e os mais
terríveis.
Eles entraram com vários processos contra Abdrushin,
mas todos deram em nada.
(continua)
Extraído (em continuação) da Cópia de um manuscrito de Otto-Ernst Fritsch
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