Lembrança do Estado de Pureza
por Otto Ernst Fritsch
Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:
(continuação)
④④ O Senhor esteve várias vezes com o Trígono e acompanhado de grande
comitiva no lago de Garda. Cada vez Ele salientava – e também
mencionava isso em outras oportunidades – que isso não se tratava de viagens de
lazer, mas de grandes cumprimentos espirituais.
④⑥ O Senhor disse-me certa vez: “Deixa-me muitíssimo triste, o fato de
não se poder falar a verdade a pessoa alguma, com apenas poucas exceções. A
maior parte das pessoas tornam-se então muitas vezes inimigas. A única
possibilidade de falar a verdade às pessoas é em forma de uma peça de humor.
Então não se sentem pessoalmente atingidas e riem dos outros e, em sua vaidade,
não percebem que neste ponto todas as pessoas são iguais”.
④⑦ Em Kipsdorf:
“A
pior hora para cada espírito humano individual é a hora antes de poder entrar
no Paraíso. Nesta hora, como graça especial, ele pode vivenciar mais uma vez
retroativamente toda a sua existência. Não apenas uma única vida terrena, mas
toda a sua existência. E esta é a vivência mais terrível para cada espírito
humano individual. Com isso, ele também reconhece, envergonhado, tudo o que
havia feito de errado. E apenas agora ele conquistou a verdadeira humildade e
com isso deixou cair de si o último peso, tornando-se apenas desta forma apto a
poder entrar no Paraíso”.
Para melhor esclarecimento: Lá onde falta a
verdadeira humildade, também falta a pureza. Mas pureza é luz e leveza.
Enquanto o ser humano portar em si apenas uma faísca, ou melhor, um grãozinho
de pó de vaidade, ele ainda tem peso. Mas cada peso, mesmo o mais ínfimo, não
permite uma ligação com a Luz. Por isso, maior que tudo é o amor e quem
reconheceu isso também conquista a humildade e quem conquistou a humildade
também obtém ligação com a pureza.
④⑧ Certa vez pude vivenciar em
estado acordado (bem notado, não durante o sono, não em sonho) que minha alma
desprendeu-se do corpo físico e fui conduzido para cima, para uma esfera mais
elevada, note-se bem, uma esfera ainda localizada bem baixo, muito abaixo do
Paraíso, tão abaixo quanto um espírito humano não pode imaginar. Mas, esta
esfera mais luminosa, mais pura, na qual só pude ficar por pouco tempo, era de
uma leveza tão bem-aventurada e tão cheia de felicidade e paz harmoniosa que
pude vivenciar pela primeira vez a graça e o amor de Deus de forma tão intensa.
Esta vivência durou apenas curto tempo. Pareceu-me depois como se tivessem sido
anos. E quando eu estava novamente de volta no corpo terreno, parecia-me ter de
sufocar, porque aqui na Terra não existe liberdade do espírito e porque esta
Terra aqui é grosseira e escura. O que é a felicidade e a verdadeira
bem-aventurança, certamente nunca iremos compreender aqui na Terra, mas apenas
pressentir em momentos bem-aventurados durante a oração. Vale à pena lutar por
reconhecimento e humildade: esta é a chave para o portal de um Paraíso
indescritivelmente belo.
(continua)
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