Lembrança do Lago Garda
por Otto Ernst Fritsch
Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:
(continuação)
④⑨ O Trígono foi várias vezes, ao longo dos anos, de carro até o
lago de Garda. Cada vez ia junto uma comitiva de apóstolos e discípulos,
naturalmente também o Cavaleiro Branco e o porta-bandeira do Senhor. Meus pais, ambos portadores da
Cruz de ouro, também puderam estar junto algumas vezes nestas viagens. Para
poder compreender que para meus pais isso era uma graça muito especial, que
como únicos portadores da Cruz de ouro podiam estar junto com estes altos
convocados, deve-se procurar compreender o seguinte: “Cada serviço para o Santo
Graal é grande e em seu valor vai muito além da compreensão humana”.
Tudo
o que o Senhor disse ou fez, foi
cumprimento. Suas palavras e Sua maneira de agir nunca poderão ser comparadas
com palavras ou maneiras de agir humanas. Ele atuava na vontade de Seu Pai.
Nós, seres humanos, agimos somente de acordo com nossos sentimentos, intuições,
paixões e de acordo com nosso pensar errado e, por isso, nunca podemos penetrar
na linha de pensamento do Senhor.
Desta
forma, essas viagens também não foram viagens de restabelecimento ou de
entretenimento, nem aconteceram para fazer algo diferente, mas cada uma dessas
viagens ao lago de Garda foi um grande cumprimento. Porque justamente o lago de
Garda fora escolhido para isso, é-me desconhecido.
Cada
vez que o Senhor parava em algum
lugar, naturalmente todos os demais carros também paravam, todos desciam e
reuniam-se a uma respeitosa distância Dele. De acordo com o que acontecia
nestes grandes cumprimentos, o Senhor
falava palavras especiais para este ou aquele. Pois esses altos convocados
foram escolhidos para formar o Novo Reino. Com e através de sua fidelidade, com
e através de seu amor. Se tivessem sido recipientes puros, se a força da Luz
tivesse podido fluir através deles sobre o povo alemão e, se naquela época o
povo alemão já não estivesse estado afastado da Luz, então essas irradiações
teriam sido suficientes para purificá-lo. Numa dessas viagens, o Senhor chegou para minha mãe e disse
amigavelmente com aquela bondade tão própria Dele: “Sim, Frau Fritsch, essas
viagens não são viagens de lazer ou de restabelecimento. Cada vez acontece aí
um grande cumprimento, um grande acontecimento cósmico, sobre o que não
posso falar aos seres humanos, pois não o compreenderiam. Numa destas viagens
também aconteceu a luta entre Mim e Lúcifer”[1].
Sorrindo
bondosamente, o Senhor disse para
minha mãe:
“A
senhora não deve imaginar isso de forma terrenalmente visível. Quando esses
acontecimentos se processavam, eu me separava dos seres humanos aqui (nota do
autor: dos altos convocados) e, à parte, em pleno silêncio, sem ser visível a
qualquer ser humano terreno, processavam-se grandes acontecimentos só
conhecidos por Deus, Meu Pai. As gerações futuras, desde que a Terra
continue existindo, não irão compreender o fato de que os seres humanos não
conseguiam reconhecer-me”.
Na
mesma viagem, num outro local e em outro dia (essas viagens duravam normalmente
de 3 a 5 dias, as vezes também 1 semana), o Senhor novamente se dirigiu à minha mãe e apontou para uma casa de
campo muito bonita (minha mãe disse-me depois que algo tão lindo ela nunca
havia visto):
“Olhe,
Sra. Fritsch, isso também NOS agradaria”. É claro e lógico que uma pessoa com
grande senso de beleza também fica tomada da beleza terrena, mesmo que se trate
apenas de uma casa de campo. Mas, o Senhor,
que é a perfeição e veio da perfeição, sofria muitas vezes sob dores físicas
devido à desarmonia e feiura que reinam aqui na Terra. Tudo o que Ele dizia ou
fazia irradiava beleza e harmonia. Ele nunca conseguia compreender como podem
existir pessoas que não têm anseio pela beleza. Também não sei mais hoje em
qual ocasião isso aconteceu. Minha mãe tinha um grande anseio pela beleza e por
isso também tinha uma forte ligação com o Senhor!
(Anseio
pela beleza, anseio pela Luz e anseio por reconhecimento não se deixam separar.
Pessoas como minha mãe, que possuem um senso de beleza especialmente grande,
eram atraídas pelo Senhor de forma
natural). O Senhor disse-me o
seguinte:
“No
Reino de Mil Anos também haverá luxo, porém, luxo e pompa nada têm a ver com o
que as pessoas entendem por isso hoje. Luxo, no Reino de Mil Anos, não tem nada
a ver com desperdício absurdo, nem com o acúmulo de riqueza e bens de valor,
mas é a expressão de um elevado e refinado senso de beleza. E pompa será um
reflexo fraco da beleza e da pompa extraterrena, que reinam nas alturas. Se as
pessoas tivessem mais anseio pela beleza, unicamente já através disso poderiam
encontrar o caminho para cima”.
[1] Luta espiritual com Lúcifer.
1929 – Gardasee.
(continua)
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