Escrito do Exílio
Abdrushin foi sempre e sempre de
novo incomodado pela Gestapo com a acusação de proveito próprio até o seu
falecimento, acusação apoiada com as explanações de vários adeptos decaídos.
Devido a isso ele redigiu um escrito durante o tempo de exílio em Kipsdorf.
Alguns trechos deste escrito:
❝...O fato de que eu próprio
não aspiro (com a Colônia do Graal) nenhuma espécie de vantagens pessoais, pode
ser constatado de forma nítida e clara através de um breve olhar da vida em
Vomperberg. Unicamente todos os muitos funcionários e forças auxiliares que
requerem um custo de mais ou menos 70.000 Schilling [+- 12.000 Euros], não
estavam ali para mim, mas só se tornaram necessários pela presença dos muitos
moradores, para seu conforto e comodidade.
Eu não precisava de todas essas
pessoas. Mas era evidente que eu sozinho assumisse a despesa por isso. E não
foi diferente com muitas outras coisas que nem quero mencionar. E foi, visto de
maneira bem clara, quase irreal, e apenas agora tudo me parece em uma luz bem
diferente.
O fato de eu ter dado ainda
milhares de refeições a pessoas necessitadas de Vomp e de Schwaz, etc.,
completa ainda o quadro de minha atuação. Durante os últimos anos foi anotado o
nome de todos aqueles que ganharam tais refeições, e muitas vezes também roupas
para adultos e crianças.
Também a escola não foi por minha
causa, mas somente se tornou necessária por causa das crianças dos outros, e
ela necessitava um grande suplemento monetário anual de minha parte, para pagar
os professores e pagamento de impostos. Não me foi diferente com a lavanderia
elétrica, com a cozinha e os aposentos para as refeições em conjunto e tudo o
que pertencia a isso, bem como também com o teleférico, construção e manutenção
dos caminhos, suprimento de água, bombeiros, só eu que me responsabilizava por
isso, como, aliás, por tudo que era ocasionado pelo grande número de pessoas e
que contava para seu conforto. Se eu quiser entrar em todas as
particularidades, teria que parecer improvável apesar de ser a mais pura
realidade; contudo, comprovaria por fim que eu me encontrava muito aprofundado
em meu trabalho literário, vivendo dentro dele, para reconhecer com que
frequência e quão multiplamente eu era explorado exatamente por aqueles que se
colocaram contra mim, tão logo não puderam tirar vantagens disso.
Para mim foi um peso do começo
até o fim, apesar de algumas horas de verdadeira alegria aqui e ali. De
vantagens não pôde haver nenhum pensamento, e também jamais chegaria a haver.
Quem observa tudo de forma objetiva e correta, também tem de se convencer a
respeito. Eu só posso dizer: Eu vivia aquilo que escrevi, pois se originara de
minha convicção viva. E isso só tinha o bem dos outros em vista!
O que diz respeito ao tão
utilizado termo “seita” ou “comunidade religiosa”, só posso dizer sempre de
novo, que não era esse o caso! Há anos já indiquei comprovadamente sempre de
novo que não quero fundar nem uma igreja, nem seita ou comunidade religiosa, e
que também não trago uma nova religião, mas que só é minha intenção esclarecer
as leis autonomamente atuantes na Criação, o que é necessário para cada ser
humano vivo na Criação e só pode trazer proveito.
Todos os meus trabalhos
literários nesse campo também comprovam isso. Por isso eu também não preciso
continuar a me pronunciar a este respeito. Se então, nos diversos países e
nações, muitos leitores de minhas obras se encontraram e se reuniram por si em
associações especialmente registradas, então isso só aconteceu para se
aprofundarem cada vez mais no difícil assunto; pois eles tomaram como base de
seus encontros minhas obras, como tem de se destacar nitidamente de seus
estatutos. Eu não tinha nenhum direito de impedir isso, também não vi nenhum
motivo para tanto.
Contudo, eu jamais fiz parte
dessas associações, também não tinha nenhuma espécie de vantagem com isso; pois
essas trabalhavam apenas para si próprias e, naturalmente, também só tinham
suas contribuições com suas associações, de modo que também jamais existiu uma
homogeneidade entre essas diversas associações. Editoras de pessoas individuais
não se encontram em oposição a isso. Por isso, também não pode se falar de uma
seita, ao contrário, disso tudo foram apenas boatos que juntamente às muitas
outras coisas inacreditáveis foram intencionalmente divulgadas por diversas
partes da igreja católica, como sei de forma exata, pois esta, estranhamente,
sempre via e temia em mim uma espécie de concorrente, o que também era
infundado.
Destas fontes também se
originaram os boatos de cultos noturnos e outras tolices que se opõem
diretamente à minha vida e à minha obra. Assim, numa observação mais exata,
isso se modifica para um quadro totalmente diferente e correto, sendo também
julgado a partir dessa base de forma correspondente, contudo, jamais condenado.
Eu só queria transmitir e tornar útil
ao ser humano o resultado correspondente de minhas observações e pesquisas no
âmbito das leis autônomas da Natureza e da Criação, mais nada. Também isso se
destaca nitidamente dos meus trabalhos, o que já deveria estar mais do que
comprovado.
Unicamente o prefácio que
coloquei na ponta de minha obra principal, já fala contra todo tipo de seitas e
mostra claramente o caminho, que permaneceu uma base para mim. ❞
Abdrushin