A Grande Batalha Contra Lúcifer
O caminho do Filho do Homem até Lúcifer e a luta contra ele.
Recebido por inspiração especial
[...]
Abismos
abriam-se, sobre os quais a vontade do Filho do Homem passava por cima. Com a
ponta incandescente de sua espada Ele abria caminho para si através da corja de
figuras maldosas, que surgiam continuamente e apareciam sempre de novo. Nem uma
forma se repetia aí, sempre de novo surgia uma nova excrescência do inferno,
que insolente e perfidamente, apesar disso, num medo covarde parecia rir
maldosamente.
Contudo,
elas não podiam aproximar-se do Luminoso que estava rodeado por anéis
resplandecentes e o qual reluzia cada vez mais. A força irradiante irrompia
cada vez mais poderosa do Filho do Homem, quanto mais se aproximava a batalha
final.
Ele não
olhava para as cenas horrendas, que se passavam nas aberturas rochosas e nas
grutas. Com a espada erguida Ele se lançava cada vez mais rápido para frente,
passando por uma lagoa de veneno, um lago preto e as terríveis cavernas da
desolação. Os mais horrendos gritos que soam dali passavam-lhe pelo espírito,
ressoando: horrorizando-se, um grito após outro se quebrava na cobertura e nas
colunas do ambiente mais baixo.
Chamas de
fogo ardiam alto para cima. Monstros selvagens com terríveis garras, dentes e
chifres guardavam as entradas para o maior recinto da maldade, o pecado. Onde,
porém, os pés do Enviado de Deus pisavam, aí, tudo silenciava. Uma rigidez
parecida à petrificação se apoderava do exército gigantesco que se comprimia, o
qual se aglomerava para frente como inúmeros ratos nocivos oriundos das
profundezas.
Um
trabalhar, martelar, assobiar e uivar perpassava o ar. Ao redor da figura do
Enviado de Deus circulavam-se rodeios luminosos numa enorme rapidez. Sobre Ele
surgiu uma clara luminosidade ofuscante e a cidade das trevas bramia estrepitosamente,
qual um touro ferido e furioso. Cada vez mais para trás pareciam se retrair as
trevas, cada vez mais adiante e impetuosamente elas eram perseguidas pelo Filho
da Luz.
Então, repentina e ameaçadoramente, elevou-se de baixo, em uma claridade ardente, a face de Lúcifer. Irado, envolvido por raios, em meio a espumas avermelhadas e envolto por vapor e veneno. Seu hálito lançava fogo e uma fumaça espessa.
Uma
tensão horrível difundiu-se devido ao grande contraste. O Filho do Homem
encontrava-se nas mais profundas trevas, diante do mais terrível momento.
Lúcifer ria estrepitosamente, desaparecendo ainda mais fundo e seus bandos
surgiam ainda mais numerosos, difundindo horror.
Contudo, de repente houve um zunido forte perpassando o ar! Todos se encolheram. De pé e ereto, encontrava-se Lúcifer ali. Ele havia atirado a lança na direção da Luz!
Mas a Luz
a apanhara com mão vigorosa. Nisso o manto protetor caiu para trás e em sua
ofuscante pureza encontrava-se a Cruz irradiante no meio das trevas. Os raios
abrasadores atingiam o mal como se fossem flechas!
Gritando
desesperadamente curvavam-se e encolhiam-se os servos de Lúcifer. O próprio
Lúcifer bramia irado e correu na direção do Filho do Homem, a fim de lutar com
Ele. Foi uma luta breve, a espada atingiu Lúcifer na cabeça! Ele tombou e seus
olhos gélidos encaravam cheios de raiva o vencedor.
O Filho
do Homem colocou o seu pé sobre a nuca de Lúcifer, ele o atou com sua vontade
nas profundezas das trevas e uma terrível tempestade rugiu e uivou! Trovões
retumbavam, rochas caíam estrondosamente. Lúcifer, porém, não mais se mexeu.
Ele encontrava-se atado junto ao solo. Também atadas e como que petrificadas
decaíram suas forças sombrias em torno dele, seus auxiliadores fiéis.
O Filho do Homem, porém, elevou-se. Luminoso, livre dos invólucros que Lhe foram colocados nas trevas, resplandecente, como que clarificado. Depois de um longo, profundo e sério tempo, enquanto se desenrolou a luta com Lúcifer, o Filho do Homem despertou novamente para a existência terrena. Ao seu lado Maria.
Soavam
jubilantemente sinos, luminoso encontrava-se o mundo, os enteais enfeitavam a
natureza para seu Senhor. Paz difundia-se por sobre a Terra, pois as trevas
estavam atadas.
Apenas a humanidade num próprio estarrecimento não podia notar nada disso. Ela não sabia que enorme acontecimento de inimaginável decisão já se realizara no Universo.
É verdade
que todas as excrescências das trevas ainda podiam se movimentar sobre a Terra.
Mas o Senhor havia posto um ponto na vontade de Lúcifer. Agora só deveria ser
aniquilada todas as trevas sobre a Terra e entre os seres humanos.
Os eternos estavam cheios de alegria. Luz fluía
do céu em feixes amplos e poderosos, e a Vontade de Deus fortalecia e chamava
seus servos na materialidade. —
Parte integrante do capítulo Testemunhos dos acontecimentos da Luz (Zeugen des Lichtgeschehens) publicada no primeiro volume da obra Despertar de eras passadas (Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935).