Dos Mistérios da Atuação de Deus
por um convocado
Cede o véu de o misterioso tecer e atuar de até agora na irradiação
imediata de Deus, e diante da visão espiritual do ser humano que foi agraciado
para isso, vai, pouco a pouco, tornando-se claro:
Na proximidade de Deus
Um mar de Luz, sem limites para os
olhos, um mar de vida reluzente, que num eterno pulsar, cria e difunde sempre
de novo força e abundância. Concentrando tudo – de forma poderosa, criando.
Um tinir maravilhoso interpenetra
tudo. Não é um som, nem um acorde, nem o som de um órgão retumbante. Tudo isso
é pouco demais, fraco demais e desprovido de valor em comparação com o soar da
Luz primordial! Seu som é o início da atuação para fora, para baixo, enquanto o
Divino poderoso emite sua vontade, expirando seu hálito criador.
Há um movimentar-se no gigantesco mar
da abundância da Luz, lançando elevadas ondas, e dele desce, sobre uma onda de
Luz coroada de espuma, tomando forma, tornando-se visível, a primeira imagem
primordial criadora, saída do Espírito de Deus:
A Mãe Primordial da Criação!
Ela se inclina para baixo, formada do
Amor pela vontade de Deus-Pai, e pode ser vista como uma estrela brilhante,
enviada da Luz do Eterno. Nascida para fora com uma poderosa pressão, oriunda
do primeiro manancial de força, no início ainda totalmente inconsciente.
Apenas fora do círculo da Força viva
desperta a disposição do conceito de uma independência, que é capaz de
continuar a atuar. E o que Deus-Pai deu junto, como vibrando na Lei, isso
começa a reluzir e a irradiar daí.
Como uma estrela, assim vibra esta
que nasceu divino-enteal em um espaço incalculável. Já independente, contudo
ligada da forma mais estreita com a Luz primordial.
Através disso, ela é capaz de
flamejar continuamente, arder e criar para si mesma uma irradiação que a
envolve, que continua a direcionar-se para baixo, resfriando-se e firmando-se
com o distanciamento. Com isso, da irradiação inicialmente branca, surgem cores
da mais delicada beleza, rósea reluzente, que é una com o Amor criador e também
tem de atuar da mesma maneira.
Amor criador! Nela reside o princípio
materno do formar, do cuidar e nutrir, do crescer, da assistência, do zelar e
da severidade. E todos esses conceitos que pulsam de forma viva aí, reluzem e
soam em um tom que anuncia o Amor, o mais puro e mais sagrado Amor primordial.
Contudo, na primeira e delicada
condensação que se forma em torno desse sagrado Amor criador que tomou forma,
há igualmente movimento. Extremidades finas erguem-se da base do círculo
luminoso, que envolve o núcleo, e esforçam-se saudosamente para cima, em
direção ao seu ponto central. Com isso elas se tornam mais ardentes, mais
luminosas, mais vivas e começam a reconhecer jubilando a existência. — —
Mais uma vez oferece-se, de forma
plena, a maravilhosa imagem do misterioso tecer que se realiza fora da
Divindade onipotente, através de Sua irradiação, sob a pressão da sagrada
vontade de Deus.
Da Luz rósea, suavemente
sonante, que, da irradiação branca, expande-se cada vez mais e mais refinada
por um movimento contínuo do desenvolvimento, descem inúmeras chamas reluzentes,
quais estrelas, que dançam faiscando como flocos de neve e que vão lentas,
lentamente para baixo.
Editora „Der Ruf“ G.m.b.H., Munique – 1934
(continua)