Nas
Florestas da África
Episódio
X
Anunciações Vindas das
Alturas
por
Charlotte von Troeltsch
Sinopse
de Fatos Transcorridos: Bu-anan, também chamada de “mãe branca”
dirigia um projeto de segurança local que recebia proteção superior diretamente
de Anu, e com isso o auxílio também dos pequenos entes invisíveis da natureza, sendo
ansiosamente aguardada por todos, para voltar a contar – como era de costume –
mais histórias nas reuniões noturnas.
(continuação)
Numa outra noite,
quando todos se reuniram em torno de Bu-anan, achou ela que o momento havia
chegado para contar sobre aquilo que Adana lhe anunciou.
Ela relatou como há
pouco tempo ela pôde ver e falar com a luminosa.
“Ela me trouxe notícia
do eterno reino de Anu, e o que ela disse, tomou meu coração saudoso em poder
retornar logo para lá. Vós, povo Tuimah, se vós soubésseis quão maravilhoso é
lá em cima, vós vos alegraríeis se a ordem de Anu vos chamasse da Terra.
Alto, lá em cima, Ele
reina sobre todos os mundos, os quais foram todos criados com a palavra de Sua
boca. Ele falava e se realizava, Ele pensava e acontecia!
Solitário Ele reina,
pois lá não há nenhum que se Lhe iguala, nenhum que é digno de vê-Lo. Muitos
deuses luminosos Ele criou para serem seus servos, mas nenhum dos seus olhos
pôde, alguma vez, vê-Lo.
Inúmeros, muitos reinos
existem lá em cima no luminoso resplendor. Todos eles são habitados por seres
bem-aventurados, mas cada qual existe por si. Não é como na Terra, onde os
vizinhos olham de forma invejosa e cobiçosa para a posse dos outros. Cada reino
é totalmente independente.
Sobre todos, porém,
reina Anu! Pressentis, então, quão grande e poderoso Ele é? Notais quão ínfimos
somos nós, em comparação aos servos luminosos, os quais, lá em cima O rodeiam,
e que também são tão pequenos para poderem vê-Lo?
Anu, nós Te agradecemos
por ao menos podermos ouvir de Ti, por vivermos na Terra, que através do hálito
de Tua boca foi formada!”
Para todos eles era
muito cedo esse término da narração, eles ainda teriam gostado de ouvir e,
sobretudo perguntar. Mas justamente isso Bu-anan queria evitar. Eles deviam, no
silêncio, deixar atuar sobre si o que ela lhes contou.
Nunca, ainda, ela pôde
dar isso de forma tão concentrada. Isso sempre viera apenas em frases
singulares de seus lábios, o que movimentava ela mesma no mais profundo íntimo.
Ela agradeceu Anu, por
ter podido anunciá-Lo às pessoas. Nos próximos dias ela continuaria a contar.
Essa promessa ela
também manteve enquanto a tribo ainda estivesse trabalhando junta. Apenas
quando os homens precisassem sair novamente para caçar, não haveria nenhum
tempo para isso.
Antes que ela, em uma
das próximas noites, começasse a falar, um dos homens mais velhos perguntou:
“Bu-anan, nós
sacrificamos três vezes ao ano um carneiro para o Filho de Anu, O Santo. Se Anu
tem um filho Ele não pode estar totalmente sozinho!”
Bu-anan refletiu.
Justamente do enviado de Deus, o Filho de Deus, ela queria anunciar. Mas a
pergunta lhe era incômoda, porque antecipava o que ela queria ter dito como
coroação.
“Vós não deveis
imaginar Anu como um ser humano”, falou ela um pouco indignada. “Se Ele tem
também um Filho Divino, então isso é totalmente diferente do que aqui junto a
nós. Aqui o filho logo cresce e se torna um ser humano independente, que pode
se colocar ao lado ou contra o pai.
Lá em cima isso é
diferente. Quando eu digo: Filho de Anu isso é uma designação para que vós
homens podeis imaginar algo sobre isso. Ele é uma parte de Anu que, segundo Sua
Vontade, Ele pode enviar e novamente chamar de volta. Eu não sei se vós me
compreendeis agora”, acrescentou ela um pouco insegura, olhando em redor.
“Talvez não tenhamos te
compreendido, Bu-anan”, falou uma mulher amavelmente, “mas podemos sentir
alguma coisa em nós que nos diz: Sim, isso é assim.”
“Essa Sagrada parte de
Deus, que denominamos de Filho, auxiliou Anu longos, longos tempos a criar a
Terra. Ele partiu como a Vontade de Anu para o mundo e formou tudo. Contudo,
Ele é sempre o mesmo, uma parte de Anu, o Eterno.
Agora Adana trouxe-me a
mensagem que esse Sagrado, Eterno Filho de Anu se prepara para vir à Terra. Ele
deve conhecer os seres humanos, Ele mesmo deve ver, quão pouco bons somos nós,
quão pouco merecemos a graça de Anu!
Todos os céus estão
cheios dessa mensagem. Muitos, inúmeros se comprimem em tomo Dele, para que Ele
os escolha para acompanhá-Lo nessa viagem à Terra.”
Aqui a narradora foi
interrompida. As pessoas não puderam mais reter suas perguntas. Esse novo saber
que a palavra de Bu-anan há pouco lhes havia dado, preenchia-os até eclodir.
“Ele logo virá?” – “Ele
virá também até nós?” – “Nós o veremos?”
As perguntas se
precipitavam, não sobrava nenhum tempo para respondê-las. Quando a tempestade
se acalmou um pouco, Bu-anan disse amavelmente:
“Eu não sei onde os
Sagrados pés irão pisar a Terra. Existem muitos reinos além do nosso. Talvez
ainda não tivesse sido determinado qual deles ele irá escolher.”
“Então deixa-nos
sacrificar e orar a Ele para que Ele possa querer vir a nós!” exclamavam as
pessoas suplicantes.
“Isso nós podemos
fazer, povo Tuimah”, consentiu Bu-anan, “porém eu receio que nós não somos
suficientemente bons para Ele. Pensai quantas vezes nós fazemos alguma coisa
que é contra o Mandamento de Anu, quantas vezes nos deixamos impelir para
seguir Sua Sagrada Vontade!”
“Adana virá logo até
você novamente?” quiseram saber as mulheres. “Você não pode dizer a ela para
pedir ao Filho de Anu para vir a nós?”
“Adana não O vê, porque
Ele é uma parte de Anu”, respondeu Bu-anan. Então se movimentavam novas
perguntas:
“Se não se pode vê-Lo,
Ele será então também invisível aqui na Terra? Ninguém O verá? Ele apenas
deslizará por toda a parte como os luminosos?”
“Não, eu não penso
assim”, foi a resposta da Mãe Branca. “Isso Ele já pode fazer, tantas vezes
quanto Ele desejar. Ele parecerá um ser humano, só que mil vezes mais bonito,
Oh, eu gostaria de vê-Lo!” encerrou Bu-anan do fundo da alma.
Nesse anseio todos concordaram
e ficou resolvido que dentro de três dias seria abatido um carneiro branco sem
mácula em honra ao Filho de Anu e ao mesmo tempo orar para que Ele também
viesse aos Tuimahs. —
(continua)
Uma obra traduzida diretamente do texto original alemão de 1937, o qual foi publicado nos cadernos 6 a 12 da revista Die Stimme (A Voz).
A história está sendo publicada em episódios da coleção do G +:
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Por esse mesmo esquema já foram publicadas as obras como coleções do G +: