Nas
Florestas da África
Episódio
VIII
Encontro com Entes da
Natureza
por Charlotte von
Troeltsch
Todos
se alegraram muito, então alguém perguntou:
“Como
aconteceu que os negros, hoje, realizam trabalhos na forja tão bons?”
(continuação)
“Isso
Anu dispôs assim”, esclareceu Bu-anan. “Ele ordenou que os Tehenus
devessem ouvir sobre Ele, mesmo que custasse muito esforço, até que alguma coisa
desse saber encontrasse acolhida em suas restritas cabeças. Mas, apenas quando eles
aprenderam a chamar por Anu, é que, alguns deles, puderam ver os pequenos servos de
Deus. Eles aprendiam deles, como ainda hoje o fazem. Devagar, eles foram encontrando
alegria nesse trabalho.
devessem ouvir sobre Ele, mesmo que custasse muito esforço, até que alguma coisa
desse saber encontrasse acolhida em suas restritas cabeças. Mas, apenas quando eles
aprenderam a chamar por Anu, é que, alguns deles, puderam ver os pequenos servos de
Deus. Eles aprendiam deles, como ainda hoje o fazem. Devagar, eles foram encontrando
alegria nesse trabalho.
“Existiam antigamente
mais Tehenus do que hoje?” havia sido perguntado. Rapidamente respondeu
Bu-anan:
“Deveria ter havido bem
mais, muito mais do que hoje há de Tuimahs. Mas eles tinham poucas mulheres e
não queriam formar nenhuma família. E assim eles foram, ao longo dos tempos,
diminuindo cada vez mais. Aos poucos, extinguir-se-ão completamente, pois vós
sabeis, nós só temos apenas vinte mulheres pretas.”
“Conta-nos ainda sobre
Anu”, pediram algumas moças, que não viam com prazer chegar o fim da bonita
noite. Bu-anan, porém, consolou-as para uma outra vez e pronunciou a bênção da
noite. —
Quando os homens se
reuniram na noite seguinte, muitos deles tinham pensado alguma coisa, mas,
apesar da quantidade das sugestões, somente duas se sobressaíram como úteis.
Um dos homens havia
visto em certa outra tribo que ao redor da colônia fora cavado uma profunda
valeta, na qual foram plantadas matas providas com grandes espinhos que
cresciam rapidamente. Quem não conhecia as estreitas passagens, sobre as quais
se podiam caminhar, caía nessas valas.
Conforme outro ao ter
certa vez se perdido muito longe e sido atacado por um bando de animais
ensinados, que queriam defender a colônia. Tais tipos de animais poderiam
também se amestrar.
Ambas as sugestões
encontraram grande aprovação.
Ficou determinado que
os homens, logo no dia seguinte, deveriam começar a cavar a valeta. Eles
poderiam pegar tantos negros quanto precisassem para ajudar, tantos quantos
eles pudessem fiscalizar.
“Nós queremos pedir a
Anu que nos envie instrução”, disse Bu-anan de forma bem evidente.
De modo mais difícil
mostrou-se a execução da segunda sugestão. Ninguém sabia opinar que animais
pudessem ser. Não restava nada mais além de pedir imediatamente por auxílio,
antes que se dividisse o trabalho.
Todos os homens se
levantaram e estenderam, como Bu-anan, os braços horizontalmente, para frente
de si. Ela, porém, pronunciou alto:
“Anu, o povo está
diante de Ti! Nós não sabemos como deve ser feito o trabalho que Tu nos
ordenaste. Não sabemos quais os animais que devem nos defender. Se Tu não nos
enviares um de Teus servos, então não poderemos fazer nada. Compadeça-Te de nós
e ajuda-nos. Nós Te suplicamos!”
Longo tempo os homens
ainda permaneceram de pé sem se movimentar, depois que Bu-anan finalizou. Bem
devagar, um após o outro abaixou os braços. Depois disso fizeram um círculo e
olharam para a mulher no centro.
Bu-anan continuava
suplicando interiormente. Ela pediu com bastante fervor para que Anu pudesse
enviar auxílio e não deixou de suplicar até que lhe veio a certeza de ser
atendida. Então ela mostrou-se alegre e falou:
“Ide agora para casa,
vós homens! Amanhã quando Ra-na estiver sorrindo no céu, então deveis estar
aqui com vossas ferramentas. Os servos de Anu estarão a postos.”
Como Bu-anan tinha
esperado, assim aconteceu. Todos os homens ainda não haviam se reunido e os
prometidos ajudantes lá se encontravam. Eram figuras pequenas e robustas com
rostos idosos. Suas roupas justas e apertadas pareciam consistir de couro de
cabra e tinham a cor da terra.
Um do povo dos Tuimahs
que era uma espécie de chefe se entendia especialmente bem com estes entes.
Eles rodeavam-no com movimentos vivazes das pequenas e firmes mãos. Era como se
eles quisessem, através de sinais, auxiliarem na sua linguagem.
Ele se dirigiu para os
seus irmãos de tribo:
“Povo” – chamou
ele ressoando, “nós queremos agradecer a Anu por Ele ter nos enviado seus
mensageiros!”
Ele falou uma curta e
fervorosa oração e depois prosseguiu:
“Os pequenos querem nos
mostrar o que nos é necessário. Aproximadamente doze de nós, e igualmente
tantos negros, devem sair com alguns dos pequenos para pegar os animais. Eles
dizem que é perigoso, por isso precisam se apresentar homens que não percam a
coragem.”
Em maior número que o
exigido, os homens se apresentaram. Os pequenos indicavam aqueles que queriam
levar consigo e imediatamente partiu o grupo, para ainda no caminho pegar os
negros.
Enquanto isso Ur-wu, o
chefe, tinha dividido os outros, pois os pequenos entes se colocariam agora em
círculo fora da colônia. Os homens deviam, imediatamente, começar a cavar ao
lado de cada um dos pequenos enteais, assim o local cavado formaria um círculo
e se localizaria suficientemente distante da colônia.
Quando eles se dirigiam
para este trabalho um dos homens perguntou:
“Como pode ser que hoje
vemos esses pequenos, com os quais tu, Ur-wu, podes até conversar? Caso
contrário, nenhum de nós nem os vê?”
“Nós somente os vemos
quando pedimos por auxílio”, respondeu o chefe. “Meu antepassado esclareceu-me
outrora, sobre essa pergunta, que, quando Anu envia os pequenos entes através
da Sua ordem, eles poderiam modificar sua constituição.”
“Isso eu não
compreendo”, reconheceu sinceramente o interlocutor, enquanto os outros
exclamavam: “Sua constituição se modifica?” – “Como acontece isso?” – “Nós
também podemos fazê-lo?”
O saber de Ur-wu tinha
se esgotado. Ele ficou contente por eles terem chegado aonde os pequenos
esperavam, de modo que assim, não mais precisasse responder.
“Nós perguntaremos a
Bu-anan”, disse ele encerrando o assunto.
(continua)0
Uma obra traduzida diretamente do texto original alemão de 1937, o qual foi publicado nos cadernos 6 a 12 da revista Die Stimme (A Voz).
A história está sendo publicada em episódios da coleção do G +:
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Por esse mesmo esquema já foram publicadas as obras como coleções do G +: