Trovoada
por
Susanne Schwartzkopf
Época de verão!
Benfazejas nuvens brancas flutuam
no azul profundo.
Flocos se estendem parecendo
altos castelos que, esvoaçantes sugerem véus separados como que em sopros
suaves, levados feito pintura do esplendor de verão ao céu longínquo.
De repente - o que foi isso?
Em todos os agraciados a
felicidade plena na alegria serena de um tom mais agudo! Seria o silvar nítido
do vento?
Como que vindo do nada eram as
nuvens escuras de umidade local opressiva cujo movimento direcionado delas,
ameaçava em crescimento visto a partir do Ocidente.
Silêncio. Ofegante silêncio por um breve momento.
Então surge um grito da natureza:
pássaros reagem circulando os seus ninhos, pequenos animais assustados se
escondem.
Junto se ouvia com estridência o transpassar
abrupto de um brilho por entre ramos. Com folhas e galhos se espalhando impulsionados
até o juntar de areias e pedras rodopiando em redemoinhos pelo ar.
Com muita pressa, o homem busca a
sua morada. Bendito o clarão que havia de se avistar com o abrigo seguro!
Porque agora todos os elementos estavam liberados: como chicotes longos
esguichos d’água atingem a terra, e relâmpagos em série inflamam com suas
descargas, formando rastilhos de labaredas que incendeiam.
Da chuva se dá a tempestade junto
ao choque de um trovão, cujo impacto rasga a terra na forma de serpente,
abrindo caminhos entre raios e relâmpagos, com suas fendas rasgadas como
feridas, arrastando tudo o que surge em seu caminho.
Tão rápido quanto veio assim a
revolta se acalma. Reverte quase em melodia a tempestade, se ouvindo apenas burburinhos
de trovões distantes, ainda pelo seu adeus entre clarões que piscam no
horizonte.
Banhado em lágrimas estava a
terra, mas em lágrimas de alegria, de refresco e consolo após umidade
insuportável, com a poeira removida, a tensão excruciante resolvida, livre de
um calor sufocante, tudo limpo, puro e fresco, a natureza respirando renovada, como
se levantasse cálices com doces aromas ao brinde. A Terra respira no vigor das ervas.
Tranquila, só ao soprar dos topos,
na repetida canção da criatura, com o canto tímido de apenas alguns pássaros,
mas que logo se entoara alegre em coro completo, para render graças ao Criador
pelo poder recém doado.
Enormes pés de gigantes aos passos sobre
a terra pareciam que ia afundá-la, zangados como demonstravam estar.
Destruição? Não! Apenas rápidas avalanches
nas montanhas enterrando o que foi condenado a desaparecer, para servir os riachos
carentes de um leito a ser curado, pela situação em estado podre já ter sido
arrancada, ao novo espaço de vida saudável.
Nada de alguma pedra ter se
movido por vôo, Nenhuma nuvem passou a molhar com autoridade injusta, também
sem raios e a fagulha para acender fogo aonde requeria, apenas servos de Deus
estavam no trabalho, realizando sua santa vontade!
Pois assim será com o homem quando
a tempestade da limpeza de Deus se der com ventos bravios sobre sua alma, pelo
renascer dos mortos arrancando o que está podre, para inflamar no fogo que vem
de imensa altura.
O
julgamento de Deus sobre cada um vai passar com raiva, purificando pelas chamas
de fogo, quem de joelhos, finalmente curvará a cabeça diante daquele
verdadeiramente grande e poderoso Senhor perante todos!
E
quem sobreviveu à tempestade, então em seguida virão lágrimas de gratidão,
lágrimas de uma felicidade sem precedentes, sendo correntes pelas últimas a
varrer os retardadores entre alguém e seu Deus.
Não
se esqueça: não há lá fagulhas que acendem onde não deve inflamar-se! Nenhuma
tempestade há para derrubar barragens que não devem cair. Lá nova vida sempre
germina. O Senhor Deus considera os já prontos sempre na mão.
Lembre-se.
Fé e confiança na tempestade que se aproxima!
Artigo extraído da revista: Die Stimme nº 8 – 1937
Aos que apreciam a leitura do artigo pelo seu original,
segue o texto nessa modalidade, em alemão com a ortografia da época:
Gewitter
Von Susanne
Schwartzkopff
Mittsommer.
Selig schwimmen
weiße Wolken im tiefen Blau.
Getürmt
zu hohen Wolkenburgen, auseinandergeweht zu zarten, fliehenden Schleiern malen
sie Sommerpracht an den weitgespannten Himmel.
Da
plötzlich – was ist das? In all das selige Glück, in alle beschwingte Heiterkeit
fahrt ein scharfer Ton! Ist es der Wind, der pfeift? Ist es eine Stimme, die
über die Erde ruft?
Wie
aus dem Nichts entstanden sind dunkle Wolken da und eine drückende Schwüle legt
sich beklemmend auf einer einzigen Bewegung herangeschoben, so wachsen die
dunklen Wolken drohend aus dem Westen herauf.
Stille. Atemlose Stille für einen kurzen Augenblick.
Dann schreit die Natur auf: Vögel flattern kreischend umher, sie umkreisen
ihre Nester, das leine Getier verkriecht sich.
Jetzt fährt gellend eine Sturmfanfahre durch alles Geäst. Blätter, dürre
Aeste Fliegen in die Höhe, Sand wirbelt auf, Steinchen erfüllen schneidend die
Luft.
Eilig sucht der
Mensch seine Behausung auf. Wohl dem, der ein sicheres Dach zu finden Weiß! Denn nun sind alle Elemente freigelassen: es peitschen
die Wasser in langen Strähnen die Erde, grell zucken Blitze herab, hier und
dort zündend und Schrecken hervorrufend durch das Feuer, dem sie eine Bahn
schaffen.
Schlang folgt auf
Schlag, der Donner kracht, und Donner, Blitz, Sturm und Regen geißeln die Erde, reißen ihr Wunden und schlagen nieder, was
sich ihnen in den Weg stellt.
Ebenso
schnell wie gekommen, sänftigt sich der Aufruhr. Die Sturme Melodie ebbt ab,
fern nur grollt der Donner noch, und abschiednehmend blitzt sekundenlang weißes
Leuchten am Horizonte auf.
In Tränen gebadet liegt die Erde da, aber es sind Tränen
der Freude, der Erlösung und Erquickung nach unerträglicher Schwüle, Staub ist
gelöscht, quälende Spannung gelöst, drückende Hitze geschwunden, Rein, frisch
und erquickt atmet die Natur auf. Süße Düfte steigen aus Blütenkelchen dankend
empor. Die Erde atmet herbe Kraft. (!)
Leise nur noch wehen die Wipfel, und dann setzt wieder
der Sang der Kreatur ein: erst nur ein schüchternes Vogelgezwitscher hier und
da, bald aber wieder der volle Chor, der dem Schöpfer Dank jauchzt für die neu
gespendete Kraft.
Gewaltig schritt sein Fuß über die Erde hin, im
Zorne schien er sie zu beugen, aber auch im Zorne gab er!
Zerstörung? Nein! Bäche haben sich ein neues Bett
gesucht, Morsches ward entwurzelt, um jungem Leben Raum zu machen, von den
Bergen stürzten Lawinen, die unter sich begruben, was dem Tod geweiht war.
Nicht ein Stein rührte sich, der nicht gestoßen
ward von dienenden Händen, nicht eine Wolke schüttete ihr Naß an unrechter
Stelle aus, kein Blitz zündete, wo er nicht zünden sollte. Diener Gottes waren
am Werke, und sie führten seinen heiligen Willen aus!
So wird es sein, o Mensch, wenn reinigend Gottes Sturmwind Dir über Deine
Seele fahren wird, sie aufrütteld, in ihr das Tote vollends zerschlagend, das
Morsche brechend und dort zündend, wo das Feuer aus der Höhe zünden soll.
Mit zornigen,
reinigenden Feuerflammen wird Gottes Gericht über Dich dahinfahren, und Du
wirst in die Knie sinken, wirst endlich Dein Haupt beugen vor dem, der wahrhaft
groß und mächtig ist, und Dein Herr!
Und wenn Du den Sturmwind überstanden hast, dann werden
Tränen des Dankes, Tränen eines ungekannten Glückes aus Deinen Augen Strömen und
das Letzte wegschwemmen, was sich hemmend zwischen Dich und Deines Gottes
Willen aufgetürmt hatte.
Vergiß es nicht: kein Blitz zündet, wo er nicht
zünden soll! Keine Sturmflut reiß Dämme nieder, die nicht fallen sollen. Im
Untergang keimt neues Leben. Gott der Herr hält es schon bereit in seiner Hand.
Denke
daran. Glaube und vertraue im kommenden Sturm!