Pelo Domínio do Fogo
por
Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf
Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir
o Altíssimo, o
jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que
na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de
direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma
delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio
do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como
legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong,
se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após
concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o
Tibete das Trevas...
...deu abrigo a Miang-Fong e seu companheiro e, às
escondidas, Göpek os abastecia com alimento e bebida.
A
Miang-Fong não agradava esperar no esconderijo, parecia-lhe muito melhor
enfrentar Mao-dsung abertamente. Mas o seu guia luminoso ordenou-lhe: “Espere,
até que sejas chamado.” Contentou-se com isso e passou a ensinar às escondidas.
Mao-dsung,
porém, esbravejava de raiva e jurou que iria incendiar tudo, se o intruso não
lhe fosse entregue. Deus, porém, ajudou Miang-Fong, para que não fosse
encontrado. Mao-dsung mandou vasculhar todas as casas, mas Miang-Fong não foi
encontrado. Quando seus soldados o informaram que não tinham achado o
procurado, Mao-dsung berrou: “Então eles vão me pagar!” E deu ordem para
acender uma grande fogueira, na qual os soldados deveriam jogar todos os pertences
dos moradores. Entraram nas casas, saquearam e levaram tudo, o que viam pelo
caminho, para fora e jogaram-no ao fogo. Os magos, no entanto, dançavam ao
redor do fogo, gritavam e cantavam suas selvagens invocações. Os moradores
assistiam clamorosos e não sabiam como ajudar-se. Havia muitos que agora teriam
denunciado o esconderijo de Miang-Fong, se o soubessem. Mas este havia ficado
em segredo para todos.
O
fogo, bem alimentado, aumentava, e sempre mais selvagens tornaram-se as
contorções dos membros dos sacerdotes, que dançavam ao redor. De repente,
apareceu Miang-Fong diante do fogo, como se surgido do solo. Imperativamente,
levantou as mãos e exclamou tão alto, que todos puderam ouvir:
“Em
nome do Altíssimo Deus eu te ordeno, fogo, pára de queimar!”
Como
que por encanto, as chamas baixaram, a crepitação diminuiu e, pouco tempo
depois, o fogo somente ardia sem chamas. Somente Miang-Fong viu os pequenos
entes do fogo, que rapidamente se afastavam. Todos os demais caíram de joelhos
diante desse grande”feitiço” e ficaram com muito medo.
Agora
Miang-Fong dirigiu-se a Mao-dsung, que ainda não conseguia compreender o que
tinha acontecido, e disse: “E tu, servo das trevas, retira-te deste local e não
volta nunca mais! O teu tempo terminou: nada mais tens a fazer aqui.”
Com
essas palavras aproximou-se mais do chefe, mas este retrocedeu. Não podia
suportar o olhar flamejante de Miang-Fong. Seus soldados seguiram-no.
Quando o povo viu que Mao-dsung e seus soldados foram embora,
encheram-se de coragem, como nunca a tiveram. Com pedaços de madeira em brasa,
que retiravam do resto do fogo, investiram contra os sacerdotes magos e os
afugentaram, sim, perseguiram-nos até longe, voltando então triunfantemente.
Estas
pessoas haviam assistido, pela primeira vez, ao atuar de um poder mais elevado.
Não paravam de admirar-se e elas, antes tão caladas, não se cansavam de
expressar sua admiração.
Miang-Fong,
no entanto, não lhes deixou muito tempo para isso, mas exigiu: “Agradeçam agora
ao Altíssimo, que ajudou a livrar-vos desse jugo!”
E em voz alta e com as mão levantadas, enalteceu a bondade de
Deus e acrescentou:
“Perdoa-lhes,
ó Altíssimo, se ainda não sabem como agradecer-Te. Eles estão dispostos a
aprendê-lo.”
Miang-Fong
não mais deixou recair os moradores de Kum-bum em seu antigo afrouxamento e
medo.
“Vós
tendes que ajudar-vos a vós próprios,” disse ele. “Vós deveis eleger um dentre
vós, que vos guie, ao invés de Mao-dsung. A ele quero dar assistência, para que
aprenda a atuar de acordo com a vontade do Altíssimo. Se assim o fizerdes,
então Ele também vos protegerá. Nunca mais poderá atingir-vos tamanho
sofrimento como tens suportado até agora.”
Isso
todos entenderam, e a escolha recaiu unanimemente sobre Göpek, um homem de mais
idade e ponderado, que já tinha perdido diversos filhos devido aos sacerdotes
magos. Ele nunca mais se dobraria diante deles.
Miang-Fong
auxiliou-o a organizar tudo e a estabelecer leis, de acordo com as quais as
pessoas deveriam viver daqui por diante. Eram as seguintes:
1. Existe somente um Deus, o
Altíssimo, que criou a todos nós.
2. A Ele devemos gratidão e
obediência, pois Ele nos presenteou a nossa vida.
3. Também os animais e as
plantas foram por Ele criados. O homem deve respeitá-los como suas criaturas
companheiras.
4. Sirvam todos ao Altíssimo,
então vós todos sereis irmãos e nenhum de vós fará mal algum ao outro.
5. Mantenham a paz entre vós,
então sereis fortes.
6. Auxiliem um ao outro,
então tudo prosperará.
Com
essas leis, a tribo dos Mihao organizou, a partir de então, a sua vida. Miang-Fong
instruiu-os até que podia deixá-los cuidarem de si próprios. Göpek provou ser
um líder de confiança.
Quando
Miang-Fong partiu, juntou-se a ele mais um grupo de jovens que, igual a Min-fu,
tinham o desejo de se tornarem seus Tschilas. Deles faziam parte Pao, Lung, Dak
e Su.
Miang-Fong
viu agora ter chegada a hora para que ele e seus alunos preparassem um local
fixo, onde ele poderia ensiná-los, instruí-los e prepará-los diariamente, para
tornarem-se futuros auxiliares. Um grande plano, amplamente elaborado, começou
a formar-se no seu íntimo. Qual uma grande edificação, totalmente perpassada
pela luz, com muitos ambientes, surgiu nele um quadro do futuro Tibete. Uma luz
radiante deveria partir dessa edificação, deveria ser o sol, que aqueceria e
iluminaria todo o país. Até o último canto escuro do país deveriam chegar esses
raios, para que não pudesse, em lugar algum, manter-se ou até aninhar-se algo,
que não pudesse persistir diante dos olhos do Altíssimo.
Miang-Fong
viu muitos fios de pensamentos luminosos partindo do ponto central visualizado
e eles eram como cordas fortes, nas quais os seres humanos poderiam segurar-se.
Através das mesmas, ele puxava as almas dos seres humanos para o alto, pois
simultaneamente com os raios de luz expedidos, deveriam esforçar-se para elevar
ininterruptamente fios do bom querer, da adoração e do servir, e estes deveriam
então elevar consigo as almas dos seres humanos a eles ligados. Cada vez mais
nítido formou-se o quadro diante de seus olhos, ele mal podia esperar a hora de
iniciá-lo. Mas ainda não fora encontrado o local no qual poderia
estabelecer-se. Ele deveria esperar a hora do Altíssimo e isto Miang-Fong já
aprendera há muito tempo. Somente então, tudo seria bem sucedido com a
perfeição, que era inseparável de tudo que o Altíssimo mandava executar de
acordo com Sua vontade. Se mãos humanas interviessem impaciente e
intempestivamente nessa fina tecedura, romper-se-iam os fios de apoio, e isso
não deveria acontecer.
Assim,
Miang-Fong percorreu o vasto país com os seus Tschilas, ensinando-os. Sem medo,
enfrentava em todo lugar a superstição tenebrosa e as intrigas dos sacerdotes.
A fama do poder mágico do grande mestre precedia-o e preparava as pessoas para
o seu atuar. Mesmo que muitas vezes misturavam-se relatos inventados, mal
compreendidos e mal interpretados, estes, no entanto, sempre coincidiam com a
verdade no que se referia ao seu poder sobre os falsos sacerdotes e encorajavam
as pessoas para que se livrassem de seu domínio.
Kum-bum
já há muito ficara para trás. Dirigia agora seus passos para o leste, caminhando
através de vastos planaltos, regiões inabitadas. Cordilheiras íngremes foram
atravessadas. O guia, então, chamou-os novamente para o sul. Dessa forma
percorreu longas distâncias pelo país, até que, certo dia, alcançou-o o chamado
para estabelecer-se. Encontrava-se no sopé de uma montanha moderadamente alta,
que ascendia em forma de terraços. Do seu pico deveria haver uma ampla vista
dos arredores. Quem lá em cima morasse, poderia reinar como um soberano. Tinha
o país aos seus pés.
“Esta
montanha deve tornar-se um centro para o Altíssimo,” explicou-lhe o seu guia
luminoso. “Veja, como se eleva em degraus até o cume, um símbolo do
desenvolvimento do espírito humano para o alto. De degrau para degrau ele deve
elevar-se, cada degrau deve prepará-lo para o próximo mais elevado. Nenhum pode
ser omitido. Assim deves ensiná-lo aos seres humanos e assim deves
classificá-los: no degrau inferior estão aqueles que iniciam a aprender a
assimilar em si a verdade. Feito isso, eles podem levantar o pé até o próximo
degrau. Assim continuará, do auxiliar para o servir, para um novo procurar e
encontrar. Edifica isso no teu íntimo e, depois, comece a conduzir os teus
alunos nesse caminho.”
Agora
a questão ainda era: quando e como Miang-Fong pretendia dar início à construção
do local de ensinamento para os seus alunos. Aí, um acontecimento veio em seu
auxílio, que lhe mostrou o caminho e que também lhe proporcionou os ajudantes
necessários para esse fim. Na proximidade da montanha de terraços, em cujo cume
deveria erguer-se a construção material, com a imagem do templo espiritual e
que seria construída para todo o Tibete, havia na planície um povoado, com cuja
população Miang-Fong já havia entrado em contato. Eles o receberam de modo
amável e prestativo, pois também até eles chegara a notícia do grande
milagreiro e suscitara a sua curiosidade ao máximo.
Trecho extraído do livro: Miang
Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou
o Tibete das trevas.
NARRATIVAS
DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA)
No
próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:
O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus
aos Gigantes – 23/09/16
O
Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... –
07/10/16
Servir o Altíssimo Como
Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas –
20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho
– 26/10/16
No Momento certo se
esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação
Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir –
17/11/16
Quem Procura Encontra –
24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo –
01/12/16
Servir Com Sensação de
Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia –
15/12/16
Outro Caminho a Seguir –
22/12/16
Por Confiança no Senhor –
28/12/16
Do Tirano ao Paciente –
04/01/17
Superar Desafios de
Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor –
18/01/17
O Alcance das Elevações –
25/01/17
Transição Inevitável –
01/02/17
Nome Promulgado de Realeza
– 08/02/17
Grãos Dourados de
Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem –
22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo –
01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17