IS-MA-EL
Os
olhos do meu espírito deparam com uma luz clara e insinuante. Numa nuvem
irradiante e luminosa mostra-se Is-ma-el, e sua voz vibra para mim num som
abalador, brando, sonoro, profundo, e não obstante, claro como um maravilhoso
tanger de sino:
“Eu te
conduzo agora através das esferas da minha origem.
Quando
agora tu vivenciares as esferas através de mim, então eu também quero te
anunciar de Parsival, sua preparação para o caminho através do vale, que tu
conheces como materialidade da Criação. Então eu quero te falar do meu amor
para com o Senhor e tu verás todos os fios que de cima desembocam em mim como
preparação para a missão, a qual me é permitida cumprir.
Paz e
silêncio irão te preencher, claridade e pureza terão que traspassar agora o teu
espírito. Pois eu próprio posso haurir da água pura de todo o saber do sagrado
tecer na Criação!
Eu sou
teu, Senhor, do princípio até o fim,
que novamente deságua na sagrada origem de Tua força. Um amplo ciclo do
peregrinar pela Tua divina missão de salvação fecha-se então também para mim,
para o qual Tu destes o nome Is-ma-el!
Espírito
na Terra abra teus olhos e veja, tu te encontras na Luz. Movimente a
extremidade da parte mais alta da chama a ti presenteada e ela irá beber da
corrente de igual espécie, a qual deixou surgir estes espíritos. “Como claras
línguas elas flutuam sobre as eternas Águas da Vida, que o Criador derramou de
Sua sagrada vontade.” —
Uma
paisagem florida, transpassada de luz dourada estende-se sobre Patmos, a Ilha da
Luz. Eterno movimento é aqui o vivenciar deste reino de Luz, o Paraíso, a
transição da Criação primordial para a Criação posterior, o ponto de partida
dos espíritos humanos.
Os
sábios guardiões do Santo Graal com suas coroas flamejantes de luz inclinam suas
cabeças. Em especial eles são Titurel e Ismael, as colunas do mais sagrado
Burgo, os quais acenam para baixo, para Patmos. Neste bramido e tinir surge
luminoso desenvolvimento. À distância uma cúpula de luz vem se abobadar sobre a
sagrada Ilha de Luz, enquanto os criados terrenos despertam no sopro de Deus.
Também a nobre feminilidade encontra-se presente, nutrida e amparada pelas
regiões das sagradas Ilhas, vibrando para o Alto, num sagrado servir maternal.
Puro espírito-enteal no estado primordial. Elas se erguem acima do positivo e
concentram-se nisso para receber, até que a palavra as separe. São estados que
aconteceram durante o desenvolvimento da Criação, os quais não podem ser
comprimidos em conceitos de tempo.
Elas
são denominadas “as mães” e o espírito humano criado masculino separa-se do
feminino após 7 horas da Criação, os quais são ritmos colossais do circular
desejado por Deus, que os seres humanos não conseguem imaginar, enquanto
estiverem ligados à matéria. E as mães são desligadas dos eternos pais, por um
lapso de tais ritmos no circular desejado por Deus. Por isso sempre se vê em
Patmos apenas espíritos masculinos. O ativo, positivo, irradiante continuou
atuando por si. E assim, também, de outra maneira e em outro lugar, o passivo,
recebedor.
Na
espécie positiva submergiu e afluiu a vontade de Parsival e os seus servos mais
elevados nutriram as respectivas espécies com sua espécie pessoal de irradiação
através de fios especiais.
As
mães, porém, foram conduzidas a partir das bem-aventuradas Ilhas e nutridas sua
força e singularidade. Encontram-se sob a vontade da Mãe primordial, sempre
segundo a espécie de seu ser. As fortalecem Maria, o amor e Irmingard, a pureza
e fidelidade.
A
luminosa virgem dos cisnes transmite intermediando a força servidora através da
central de força dos planos superiores, das luminosas Ilhas. Delas vieram os
mensageiros, os pensamentos luminosos da Pureza,
Fidelidade, Amor e Servidão para as
mães. Sobre elas eleva-se Ehra, a receptora, distribuidora, a
parte acolhedora dos espíritos criados. Mas não como uma soberana, apenas como
uma guardiã atuante.
(Oração,
pós-solenidade de 7.9.1937: “Senhor, dê o Teu auxílio àqueles que
utilizam a Tua força segundo a Tua Vontade!”): (Gebet, Nachfeier des 7.9.1937:
Herr, gib Deine Hilfe denen, die deine Kraft nach "einem Willen
nützen!")
Trecho inicial extraído da obra
IS-MA-EL (em manuscrito):