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As Revelações de João
Então meu espírito foi conduzido para
mais alto e, nas mais elevadas alturas, vi um assento, como um trono precioso e
nele estava sentado Um, que era a Vontade de Deus, que tomou forma a partir da
vontade eterna de Deus. *(Imanuel) Sua cabeça irradiava como um jaspe precioso e os raios que Dele partiam,
quebravam-se nos raios que fluíam de cima em direção a Ele, de modo que parecia
como um arco-íris de infinitas cores ao redor do assento.
Mas, diante do assento estavam os
sete arcanjos, que se assemelhavam a colunas de chamas. Consumiam-se no servir
puro e sempre se tornavam novos, puros e claros.
Mas, em círculo, ao redor, estavam
vinte e quatro cadeiras, sobre as quais estavam sentados os vinte e quatro
anciãos, em vestes de um branco puro e tinham as coroas da vida eterna sobre
suas cabeças.
Do assento, porém, partiam
continuamente vozes, trovões e relâmpagos, levando os pensamentos da Vontade de
Deus para o Universo.
Diante do assento, toda a Criação
estava distendida como um mar transparente e de vidro. Aí na frente, estavam os
quatro animais com seis asas. Todos os seus olhos estavam abertos, tanto os
espirituais como os enteais. Olhavam o tempo inteiro em sua volta, não tinham
descanso nem de dia, nem de noite, louvavam a Deus e falavam:
“Santo, Santo, Santo é Deus, o
Senhor, o Todo-Poderoso, que era e que é e que vem!”
O primeiro animal era como um leão,
de grande força e beleza. O segundo era semelhante a um touro, o terceiro, a um
homem e o último, a uma águia levantando voo.
E os animais nunca paravam de louvar
a Deus até que toda a Criação estava preenchida de louvor. Então, também os
vinte e quatro anciões entoaram junto, ajoelharam-se e depuseram suas coroas
aos pés Daquele que estava sentado no assento e falaram:
“Senhor, somente Tu és digno de
receber honra e louvor! Tu criaste todas as coisas. Pela Tua vontade assumiram
forma e vivem!”
Então, Aquele que estava sentado no
assento, ergueu sua mão direita, na qual segurava um livro, que estava escrito
por fora e por dentro e estava selado com sete selos. Todos os olhos
voltaram-se para o livro, pois todos sabiam que era o Livro da Vida.
Então um grande anjo chegou diante
dos outros e falou com voz forte:
“Quem é digno de abrir esse livro e
quebrar os seus selos?”
Fez-se, porém, um grande silêncio.
Ninguém em todos os céus ou em todas as partes do Universo seria capaz de abrir
o livro, a não ser Aquele que o segurava na mão.
Então senti grande medo. O que
aconteceria se o livro tivesse que ficar fechado? Comecei a tremer e clamei
interiormente a Deus. Então um dos anciãos inclinou-se para mim e falou:
“Não temas! Vê, o sacrifício foi
feito, os selos podem ser abertos. O Filho eterno de Deus, que inclinou-se para
a humanidade em uma misericórdia cheia de amor, para que ela não se perdesse
por toda a eternidade, conquistou para si o direito de soltar os selos.
Inocente como um cordeiro, ele foi conduzido ao matadouro!”
Enquanto ele ainda falava para mim,
ficou muito claro diante do assento, sobre o qual reinava a Vontade de Deus. E
vi a imagem de um cordeiro, em inocência e suavidade. Mas este se transformou e
o Filho eterno de Deus, Jesus, encontrava-se no círculo dos anciãos e dos
animais. E meu medo transformou-se em júbilo e louvor.
Ele tomou o livro da mão sagrada da
Vontade de Deus e o ergueu.
Então os animais e os anciãos caíram
de joelhos e o adoraram. De taças douradas, fluía o incenso em direção ao alto
como orações que se elevam até o trono de Deus. Sons de harpas ecoaram e
preenchiam tudo com sons maravilhosos e os anciãos entoaram um novo salmo:
“Senhor, somente Tu és digno de tomar
o livro e soltar os selos, pois Tu tomaste sobre Ti o que é pesado. Tu fizeste
uma Nova Aliança entre Deus e os homens. Teu sangue jorrou na Terra por causa
dessa aliança!”
E de todos os lados afluíram milhares
de anjos, que se postaram atrás das cadeiras dos anciãos e clamavam bem alto:
“O cordeiro que derramou seu sangue
por amor e misericórdia é digno de todo louvor! Força e sabedoria, poder e
honra são seus!”
Mas o que os anjos clamavam,
propagou-se por toda a Criação primordial até embaixo na Criação posterior. E
todas as criaturas entoaram junto e clamaram:
“Louvor e honra, glória e adoração de
eternidade em eternidade Àquele que está sentado no trono, a Vontade eterna do
Senhor, e Àquele que se deixou sacrificar como um cordeiro!”
Em alta voz, os quatro animais falaram “Amém” e adoraram junto com os
anciãos e todos os anjos. —
Depois disso, houve grande silêncio. Todos olhavam para Jesus, que tomou
um dos selos e o soltou. Então um dos animais chamou com voz forte:
“Vem!”
E o chamado rolou como trovão por
todas as Criações.
E chegou um cavalo branco como a
neve. Seu cavaleiro portava uma coroa e conduzia um arco. Com ele estava a
vitória. Ele cavalgou para baixo, para planos, onde espíritos humanos lutavam
para que a chama de Luz não se apagasse.
Jesus soltou o segundo selo e novamente ecoou o chamado de trovão:
“Vem!”
Então ele chegou: um cavalo vermelho,
com narinas infladas. Sobre ele estava sentado um que usava um manto vermelho
como chamas e tinha uma enorme espada, que chispava como raios. Aonde ele
chegava, subia o ódio. Ele matava a paz e estrangulava a misericórdia. Também
este cavalgou para baixo, para os seres humanos, para que entrassem em
discórdia e matassem uns aos outros.
Novamente retumbou o chamado de
trovão e Jesus soltou o terceiro selo.
Então chegou um cavaleiro
com vestes pretas, montando um cavalo negro. Na mão segurava uma balança, para
pesar e medir o que servia às necessidades dos seres humanos. A uns ele devia
dar, de outros tirar, dependendo se suas obras eram boas ou más. A escassez e a
fome ele iria desencadear e somente sobre os marcados pelo Senhor iria estender
as mãos.