Graça Vinda do Altíssimo
por
Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf
Sinopse de Fatos Transcorridos: Devido uma infância carente junto
só de gigantes dados como invisíveis por muitos, para poder servir o
Altíssimo na vida, peregrinava o jovem Miang,
tendo logo o seu primeiro mestre, até encontrar Fong, que era o
segundo, o qual após algum tempo ministrando seu ensino prático, revelou-se um
príncipe que, a serviço de seu reino se afastara de seu aluno, partindo pelo
comando de uma caçada indispensável e luta inevitável...
E
Miang permaneceu e escutou o relato de Hisor. A esposa de Hisor morrera de uma
febre violenta e deixou-o com A-na sozinho. Desde então ele não estava bem.
A-na somente sabia preparar as comidas mais básicas e tinha dificuldade em
exercer as outras tarefas. E agora, Hisor ainda ficara doente e não podia
cuidar de seus animais, das ovelhas e dos cavalos.
“O
que achas, Miang,” perguntou um tanto hesitante, “será que há também entes
bons, que me ajudariam? Eu não posso ir até os teus gigantes para pedir-lhes
ajuda, pois eu nem sei se os encontraria.”
Em
suas palavras suplicantes havia um rogo não expresso. E Miang pediu ajuda no
seu íntimo. Ele viu a penúria de Hisor. Tinha muita vontade de ajudá-lo, mas
era homem e como era exigido só poderia ajudar uma mulher.
“Vamos
pedir ao Altíssimo para que te envie ajuda,” disse Miang confiantemente, e
levantou as mãos e rezou fervorosamente: “Altíssimo, Tu vês a penúria de Hisor.
A-na ainda é muito pequena. Ajude-o, ele quer esforçar-se para fazer tudo o que
dele exigires.
Os
olhos de Hisor estavam fixados nos lábios de Miang durante essa curta prece, e
nas últimas palavras abanou a cabeça, afirmando com veemência. Ele estava
disposto a fazer tudo o que Miang exigisse dele. No dia seguinte, Miang
novamente compareceu na tenda de Hisor, porém, não veio sozinho. Ao seu lado
caminhava uma mulher que, assim que entrou na tenda, começou naturalmente a pôr
ordem nas coisas. Hisor observava boquiaberto este milagre e Miang sorriu.
Depois, porém, relatou a Hisor o que entrementes havia acontecido.
Ontem,
quando regressou, encontrou essa mulher em frente de sua tenda, sentada numa
pedra. À sua pergunta de quem ela era, respondeu: “Eu procuro Miang, o servo do
Altíssimo.”
Imensamente
surpreendido, Miang escutou essas palavras e perguntou-lhe o que dele queria.
Então a resposta dela foi: “Meu nome é Hirsa. O Altíssimo manda-me em teu
auxílio. Não continue perguntando, mas diga-me o que devo fazer.”
Então
Miang contou-lhe, que acabou de pedir ao Altíssimo ajuda para Hisor. Agora, sua
prece foi atendida tão rapidamente, mal podia acreditar. Mas Hirsa falou as
poucas palavras:
“O
Altíssimo é sábio.” Com isso, para ela seria o suficiente, tudo estava dito.
Hirsa
ficou agora junto a Hisor, cuidava dele, e suas mãos eram maravilhosamente
leves. Cantando baixinho, pôs ordem em tudo na tenda, limpou-a, preparou a
comida e cuidou de A-na. Cada manhã ela voltava e, ao pôr do sol, desaparecia.
“Para
onde sempre vais, Hirsa?” perguntou Hisor certa noite, quando novamente quis
desaparecer, após breve cumprimento.
“Isto
não devo dizer-te, Hisor,” foi a resposta. “Mas eu voltarei e cuidarei de ti,
até que novamente encontres uma esposa.”
Tão
feliz Hisor nunca havia estado em toda sua vida. Parecia que tinha entrado
claridade em sua tenda, antes tão escura e suja, que agora brilhava de limpa,
tão logo Hirsa chegava. Hisor rejuvenescia a cada dia. Os vizinhos, porém,
perguntavam curiosos, se ele tinha uma nova esposa.
“Não,”
respondeu Hisor seriamente. “Hirsa me ajuda, mas não é minha esposa.”
Hisor
gostava de olhar as chamas levantando-se em labaredas e observava os entes do
fogo. Às vezes parecia-lhe que podia ouvir seu canto:
♫♫
“Nós servimos ao Altíssimo.” ♪♫♪
Miang
muitas vezes ainda retornou à tenda de Hisor. E logo também se juntaram
vizinhos, que ouviram falar de que Miang sabia contar tão bem dos muitos entes
vistos no fogo, na água e nas montanhas.
A
tribo de pastores do príncipe Fong era um povo rude, endurecidos pela sua vida
nas montanhas. Mas também havia pessoas distintas entre elas, que possuíam
grandes rebanhos e que pagavam aos mais pobres pelo trabalho como pastores.
Reinava boa ordem na tribo amarela, regida há muito tempo pela estirpe de Fong.
O tempo
em que Fong estivera ausente chegou ao fim. Certa tarde, cornetas ecoaram e
via-se o grupo de cavaleiros retornando para o amplo vale, com Fong na
dianteira. Grande júbilo houve ao receberem os que retornaram. Todos saíram
apressadamente das tendas e aglomeraram-se para cumprimentar alegremente os
caçadores. Tinham feito muitas presas, notava-se isso pela grande quantidade de
peles que traziam. Isso provocou nova alegria, sabendo-se que a caça teve êxito
e que a praga fora eliminada.
Também
Miang havia saído de sua tenda para aguardar a chegada do grupo. Esperou,
porém, até que se aproximassem. Então foi ao encontro de Fong e cumprimentou-o.
Um curto olhar do príncipe tangeu-o.
“Eu
te aguardo em minha tenda.”
Este
foi o cumprimento de Fong e Miang curvou-se levemente em sinal de estar à sua
disposição. Fong mal havia se sentado no seu leito de repouso, quando Miang
solicitou ser recebido. Ele não podia aguardar, queria apresentar-se ao
príncipe e relatar-lhe o que entrementes havia vivenciado. Ele esperava que
Fong fosse questioná-lo a respeito, mas nada disso aconteceu. Fong indicou um
lugar ao seu lado e falou sucintamente: “Tenho que falar-te...”
Miang
olhou para ele na expectativa. Não se atreveu a perguntar.
“O
Altíssimo deu-me uma missão para ti, Miang,” disse Fong, e bondade vibrou em
suas palavras, o que emocionou Miang profundamente.
“Tu
deves ir agora até uma outra tribo, amiga nossa, e levar ao príncipe de lá uma
mensagem minha. A tribo, chama-se a tribo dos Waringis, mora além da longa
cadeia de montanhas, no sul. Ainda não deves ter ouvido falar dela. São pessoas
boas, mas rudes e ignorantes e é vontade do Altíssimo, que leves a elas o saber
Dele e de Sua sábia condução. Tu, entrementes, já começaste a servir ao
Altíssimo,” acrescentou Fong, sorrindo.
Miang
queria levantar-se bruscamente para expressar a sua alegria. Um olhar de Fong ,
porém, o deteve. Não, não queria recair em seu velho erro da impetuosidade. Por
isso dominou-se e somente disse: “Eu obedecerei. Quando posso partir?”
(continua)
Trecho extraído do livro: Miang
Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou
o Tibete das trevas.
NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA)
No
próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:
O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus
aos Gigantes – 23/09/16
O
Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... –
07/10/16
Servir o Altíssimo Como
Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas –
20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho
– 26/10/16
No Momento certo se
esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação
Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir –
17/11/16
Quem Procura Encontra –
24/11/16