O Sentido da Vida
por August Manz
A questão sobre o sentido da vida
humana, sobre o “Por que estamos aqui na Terra”, já ocupou pelo menos todas
aquelas pessoas que pensam um pouco mais do que apenas sobre a necessidade do
dia a dia, sobre a satisfação das necessidades terrenas, sobre alegrias
materiais e passageiras. Espíritos guias levaram os resultados de suas
reflexões, de suas pesquisas a sistemas filosóficos e elaboraram métodos
próprios para essas pesquisas. A história da filosofia se tornou uma montanha
de saber. Mas como todos esses pesquisadores só trabalham com o raciocínio terreno preso à Terra, ao
qual é simplesmente impossível um pensar além do espaço e tempo, o resultado de
sua procura teve de permanecer insuficiente e não pôde contribuir em nada para
responder de tal forma esta questão
tão importante para os seres humanos e fundamental para sua existência, de modo
que surgisse realmente um proveito
espiritual para o ser humano.
As mais diferentes religiões
também não se ocuparam de forma alguma com essa questão tão significativa. Mas
até mesmo os dogmas cristãos, erigidos sobre a Mensagem do Filho de Deus
originária diretamente da Luz não podiam também esclarecer o sentido da existência
de forma plena e satisfatória, pois sempre de novo torciam a Verdade com o
raciocínio, comprimindo-a em formas. Assim eles também só pressentiram a Verdade plena, quando ensinaram que o ser humano
está na Terra, para servir a Deus e se tornar bem-aventurado através disso –
contudo, não reconheceram corretamente o fato em todas as conexões, cujo
reconhecimento, porém, é uma indispensável pressuposição para a ascensão do ser
humano.
Não é muito difícil comprovar que
a utilização daquilo que foi reconhecido pela filosofia, bem como o ensinamento
dogmático, não bastam para a vida do ser humano, a fim de esclarecer realmente de forma plena e sem reservas
o “porquê”, dando assim à existência o sentido e a finalidade correta. Já uma passagem bem simples
pela atual vida da humanidade, dá uma imagem clara a respeito.
Tomando por acaso, deixe-nos
observar alguns exemplos típicos da diversificada vida de todos, mas observado de tal forma como se
apresenta aos olhos do adepto do Graal – não como é visto pela referida pessoa.
Nitidamente reconheceremos de forma correspondente o negativo, insuficiente e
insatisfatório. E desta base deve se realçar
então, na sequência da observação de hoje, de modo mais claro e
compreensível, o que a Mensagem do Graal nos trouxe de reconhecimento mais
positivo e beneficiador nesse
aspecto.
Tomemos logo como primeiro
exemplo um filósofo moderno, um procurador da Verdade da ciência! Uma cabeça
inteligente, que pensa com clareza; que ele seja um aplicado trabalhador
incansavelmente do espírito (Começou-se a utilizar a palavra “espírito” no
idioma alemão, bem como em outros idiomas, visando designar aquela pessoa que
se destaca intelectualmente), preenchido por um esforço ideal para pesquisar a
respeito do sentido da vida. E, apesar de tudo, ele tem de ficar estagnado já
no princípio do reconhecimento, se trabalhar apenas com o cérebro, com o
raciocínio terreno.
E ele faz isso na maioria dos
casos. Ele tenta abrir caminho com o raciocínio através da abundante
diversidade dos sistemas filosóficos, que lhe foram ensinados em seu estudo. De
forma bem ordenada ele arquiva tudo nas gavetas de sua memória, fica preenchido
de orgulho pelo enorme saber que adquiriu, pelos métodos de trabalho que ele
aprendeu e procura agora criar ele mesmo algo próprio com base no conhecimento
adquirido – se ele não pertencer ao grande número daqueles que se esforçam pela vida inteira, por classificar,
rubricar, ordenar e repetir sempre de novo aquilo que foi reconhecido e perscrutado por outros, com outras
palavras: ruminando espiritualmente.
Mas nós supusemos que o filósofo
do nosso exemplo estivesse preenchido por um anseio ideal. E apesar desse
anseio ele não chega a nenhum resultado positivo.
Ele constrói suas averiguações
apenas sobre observações de seu raciocínio; ele só tira conclusões dos fatos
observados da existência humana terrena. Ele tenta encontrar a finalidade da
vida das diversas formas de existência da vida terrena de pessoas individuais e
de associações estatais; assim, talvez, ele chegue ao reconhecimento que a luta
pela existência seja a própria finalidade e só através dela é possível um
desenvolvimento mais elevado – ou ele até reconhece a necessidade de um
desenvolvimento espiritual mais elevado para o ser humano individual, mas o “por
que” permanece diante dele como um enigma insolúvel. Pois suas conclusões
permanecem estagnadas na vida terrena, na matéria grosseira, já que ele não
conhece nada mais e nunca iria reconhecer; e assim falta aos seus
reconhecimentos, bem como às suas conclusões a elevada ligação espiritual, a
qual ele absolutamente não pode encontrar com o raciocínio.
Mas mesmo se ele expande sua
pesquisa além do âmbito dos sentidos, se ele partir de conceitos espirituais,
do próprio Deus, ele não alcança um resultado satisfatório, enquanto pesquisar
unicamente com o raciocínio. Pois suas ideias encontradas de forma intelectual
não são capazes de deixar que ele atravesse a ponte espiritual, a qual
unicamente leva ao verdadeiro reconhecimento acima do espaço e do tempo, rumo
ao puro espiritual eterno. Dessa forma
ele não consegue descobrir a ligação entre Deus e a existência humana. O que
ele pensou perspicazmente de forma intelectual, tem de permanecer preso à
Terra, imperfeito e errado.
É por isso também que a utilidade
que o filósofo, com base em seus fatos experienciais fundamentados, ou com base
em seus resultados de pesquisa pensados intelectualmente, que deduz para a
existência humana, a fim de lhe transmitir sentido e finalidade, tem de
permanecer insuficiente e incompleta. Pois lhe falta a única pressuposição que
é eficaz – o reconhecimento do elevado sentido espiritual; ela permanece preso à Terra, como o raciocínio do
pesquisador e, com isso, inútil para a ascensão espiritual do ser humano.
O resultado final não é diferente
no exemplo que iremos observar agora. Um camponês simples e sensato que, com
sua família, tem dificuldades e luta pela vida. Ele acredita fielmente naquilo
que lhe é ensinado na igreja cristã a que pertence, naquilo que o padre ou
sacerdote lhe repete nos cultos aos domingos, os quais ele visita regularmente.
Ele está convencido de cumprir corretamente com o seu dever de cristão, se
acreditar nos parágrafos de seus dogmas e realizar exatamente as prescrições de
sua comunidade religiosa a respeito da frequência à igreja, recebimento do
sacramento, etc. No mais ele trabalha aplicadamente durante a semana, é
econômico e caprichoso, e procura manter seus bens terrenos e ampliá-los. E
educa seus filhos no mesmo sistema.
Será que este homem assimilou por
fim o sentido da vida; será que ele conquistou para si um lugar no céu, como
ele próprio acredita piamente e como sua igreja lhe havia prometido? Não, pois
ele não vivencia a crença em seu íntimo; sua crença é fria, não é viva como
deveria ser. Ela permanece estagnada nas
exterioridades, no comprimento formal. Ele serve a Deus. Mas sua religião
encontra-se ao lado de sua atuação cotidiana e, com isso, ele próprio
encontra-se ao lado da vontade de Deus, ao invés de viver dentro da vontade de
Deus. E assim ele também não reconhece o verdadeiro sentido da vida e não
cumpre a finalidade da peregrinação pela materialidade desejada por Deus – não
é capaz de cumpri-la; pois o seu esforço é apenas terreno e sua crença morta.
E assim como se dá com este,
também ocorre com muitos outros, que se julgam crentes e servindo a Deus, e que
crêem assim cumprir a finalidade da existência, indiferente qual profissão eles
exercem e qual posição social eles ocupam. Eles não têm nenhuma noção do
verdadeiro espírito de Cristo e sua vida transcorre, observado de forma
correta, sem sentido e sem finalidade; pois sua ascensão espiritual não é
beneficiada dessa forma.
Dos muitos, cuja finalidade e,
objetivo existencial se exaurem apenas no que é material, que não acreditam nem
numa continuação da vida depois da morte terrena, nem em Deus, que só procuram
satisfazer suas necessidades corpóreas, que estão submissos ao demônio da
vaidade, da ânsia por dinheiro, da ganância, da volúpia – que só vêem sua única
finalidade existencial na satisfação de qualquer pendor terreno, de todos estes
não se deve absolutamente falar aqui. Pois isso não determina a finalidade existencial e é evidente que isso não
pode ser o sentido da vida. Isso rebaixaria o ser humano ao nível do animal,
sim, ainda abaixo deste, que com sua forma existencial segue as leis da
natureza.
Mas também com essas constatações
negativas o sentido da vida ainda não foi encontrado. O ser humano, aliás, nem
mais é capaz de encontrá-lo sozinho, por si mesmo, e de se aprofundar nele. E,
por isso, poderíamos pegar ainda muitos exemplos da vida da humanidade atual e
teríamos de constatar por toda a parte, que o verdadeiro sentido da vida não
foi assimilado, que não foi dada uma
finalidade correta para a existência. Pois a verdadeira finalidade da vida só
podia ser desvendada à humanidade pelo próprio Deus, por meio das mensagens que
Ele enviou da Luz, após as criaturas humanas terem soterrado sua vida intuitiva
através do cultivo exagerado do seu raciocínio atado ao espaço e ao tempo. E
apenas através do reconhecimento de todas as conexões espirituais, através de
uma compreensão sem lacunas das leis divinas e de sua atuação na Criação
inteira, é que pode ser encontrado o sentido da vida, o qual é impossível de
estar fundamentado no que é terreno e atado à Terra, que forma apenas uma parte
da Criação.
Contudo, as últimas conexões só
podem ser anunciadas, aliás, por um Enviado da Luz, que, vindo do ponto mais
alto da Criação ultrapassa por meio de uma ponte espiritual o abismo que separa
a divindade da humanidade, ou por alguém inspirado.
Três vezes o próprio Deus deu
oportunidade aos seres humanos, para que eles reconhecessem a vontade de Deus e
com isso todas as conexões da Criação inteira e de sua própria existência,
aprofundando-se assim também na verdadeira finalidade e objetivo da vida. Uma
vez através de Moisés, a segunda vez através do próprio Filho de Deus, Jesus, e
pela terceira vez através da Mensagem do Graal, que o Filho do Homem nos
trouxe.
E assim vamos observar agora o
que nos fora anunciado nesta Mensagem a respeito do sentido de nossa vida
terrena. Pois apenas assim poderemos chegar a um verdadeiro reconhecimento e
responder essa questão de forma completa.
As pressuposições já são
totalmente diferentes aqui do que em relação à pesquisa de um ser humano ou em
relação à doutrina de igrejas que permanecem presas à Terra. Pois aquele que
nos traz a Mensagem, origina-se da Verdade, do divinal e é a própria Verdade
viva. E o que Ele anuncia é incondicionalmente certo, é a pura Verdade, perante
a qual não há nenhum sofismar, nenhum queres saber melhor. Só depende de nós,
reconhecê-la, acolhê-la em nós e tirar as conclusões corretas disso.
O Filho do Homem, porém, nos
revelou todas as conexões da Criação inteira desconhecidas até então a todos
nós, sua formação e seu existir, a atuação das leis divinas dentro dela e
esclareceu também com a questão, como o ser
humano se encontra nesta Criação, como ele se originou e se desenvolveu, e
qual é sua missão na Criação – portanto, com outras palavras: no que consiste o sentido da nossa
existência.
A todos nós que foi proporcionada
essa graça, de poder receber a Mensagem, essas particularidades do ensinamento
se tronaram de fato conhecidas. Mas temos que nos aprofundar nelas sempre de
novo, pois dessa forma nosso reconhecimento sempre se amplia, resultando toda
vez em pontos de vista novos e que beneficiam nossa ascensão.
Por isso, não quero me satisfazer
hoje em fazer uma simples indicação à Mensagem e deixar a cargo de vós
próprios, ler os pontos correspondentes; ao contrário, iremos constatar juntos
o que o Filho do Homem anunciou sobre o sentido da vida.
Queremos partir do fato que Deus,
como ponto de partida de tudo o que existe, como fonte primordial de toda a
vida, criou o reino espiritual, o Paraíso, como Criação primordial, a qual
surgiu de Sua Vontade. Dessa Criação primordial originou-se então a Criação
posterior, à qual também pertence a matéria grosseira de nosso mundo visível e,
com isso, a nossa Terra. O espírito-enteal consciente como o mais próximo do Reino
Eterno de Deus, o Divino-enteal, consiste de seres espirituais eternos, os
primordialmente criados, que o próprio Deus criou como o primeiro puro
espiritual – segundo Sua imagem.
Nesse Paraíso dos primordialmente
criados vive também ao mesmo tempo o espírito-enteal inconsciente, que contém a
mesma base, da qual é formado o espírito-enteal consciente – ou seja, a semente
para isso. Nessa semente, ou germe,
reside vida e a vida na Criação inteira impulsiona para o desenvolvimento, de
acordo com a vontade divina. O
desenvolvimento tem como objetivo a conscientização. Contudo, isso só é
possível por meio da experiência. Os
germes têm o anseio para isso em si e, assim esses germes espirituais são
automaticamente expelidos para baixo,
além do limite do espírito-enteal, como uma necessidade natural ao atingir um
determinado amadurecimento. O germe expelido peregrina então, em seu
desenvolvimento, pelas diversas planícies da existência e chega por fim, à
maturidade. Na matéria fina o germe espiritual se envolve com um invólucro como
um manto protetor – a alma – e na matéria grosseira com o corpo terreno.
Assim
o germe espiritual chega a nossa Terra para uma primeira encarnação como ser humano que se tornou consciente.
Portanto, o ser humano que
peregrina na matéria grosseira é um germe espiritual
oriundo do reino espiritual, que se envolveu de forma correspondente a espécie
do ambiente com invólucros protetores. De acordo com sua procedência, com sua
origem, se dá o fato deste germe espiritual possuir em si apenas capacidades nobres e puras. Sua missão consiste então no
fato de despertar, fortalecer e desenvolver as capacidades que repousam no
germe. Através disso ele proporciona a si mesmo a possibilidade de uma ascensão
espiritual, em direção à Luz, e finalmente do retorno – agora como “eu”
espiritual autoconsciente – para sua Pátria, o Paraíso. E a humanidade como
tal, ou seja, o conjunto dos germes espirituais individuais que aspiram ao
desenvolvimento por meio da experiência deve proporcionar a ligação entre as
alturas fino-materiais e luminosas com o plano terreno grosso-material.
Tornando-se senhor do mundo de
matéria grosseira através do desenvolvimento de suas capacidades nobres, o ser
humano pode elevar esse mundo por meio de sua mediação. Pois através dele a
vida pura oriunda da fonte de Luz pode descer até a profunda matéria grosseira
e se elevar novamente desta para o alto, pulsando numa maravilhosa
reciprocidade harmônica.
De acordo com a vontade divina a missão do ser humano na Criação
consiste em ser o elo entre as partes finas e grosso-materiais da Criação, por
meio de sua capacitação de haurir do espiritual e aplicar na vida
grosso-material aquilo que foi haurido dessa forma, utilizando aí como
instrumento o raciocínio e as experiências reunidas. Dessa forma a Criação
inteira de matéria grosseira seria continuamente beneficiada, purificada e
elevada.
Isto certamente é uma missão
maravilhosa do ser humano, a mais elevada finalidade da existência que, aliás,
pode ser imaginada.
Mas a humanidade não cumpriu até
agora esta missão, já que ele se tornou incapaz para tanto por culpa própria.
Pois sua capacitação era a intuição acima do espaço e do tempo
oriunda do espiritual e a qual traz em si a possibilidade de contato mais
estreito com o mundo da matéria fina.
O ser humano, porém, por meio do
cultivo do raciocínio ligado ao tempo e ao espaço, quase excluiu completamente
essa intuição, tornando-se assim incapaz de cumprir sua missão. Por isso que a
vida da humanidade encontra-se agora, principalmente sem sentido e sem
finalidade. E apenas o Juízo Universal vindouro, que o Filho do Homem traz,
pode realizar aqui uma modificação realmente incisiva e restituir novamente a
finalidade original da existência da humanidade.
Contudo, a existência do ser humano individual sobre esta Terra,
também não precisava ser até agora
sem sentido e sem finalidade; também isto o Filho do Homem nos anunciou. Só que
por causa do desenvolvimento que a humanidade inteira tomou devido essa
separação dos dois mundos, do mundo do Aquém e do Além, se tornou mais difícil
para o ser humano individual cumprir sua missão. A própria missão permaneceu,
de forma natural, a mesma para cada indivíduo, missão essa que já descobrimos:
o desenvolvimento das propriedades nobres e puras que residem no germe
espiritual – e a ascensão para a Luz.
Apesar da separação o cumprimento
dessa missão teria sido possível;
pois Moisés e o Filho de Deus haviam-na anunciado, e alguns seres humanos
individuais que aspiravam à Luz também a acolheram. Portanto, a própria
humanidade criou para si as dificuldades e dentro desse âmbito geral do
desenvolvimento errôneo, novamente cada um por si.
Para compreendermos isto que foi
mencionado por último, temos que refletir que cada ser humano individual possui
um livre-arbítrio. Esse
livre-arbítrio lhe possibilita dirigir a pura força criadora de Deus, que o conflui para um bom ou mau efeito. Se um
espírito humano que tivesse se encarnado pela primeira vez dirigisse essa força
por toda sua vida, só através de intuições e pensamentos bons, sempre e apenas
para o que é bom, então, depois da separação de seu corpo terreno, iria
iniciar-se imediatamente sua ascensão para o reino espiritual. Na realidade,
porém, cada pessoa individual dirige, devido a negação de sua intuição, a força
mui frequentemente para um mau efeito, criando assim um carma para si.
Em consequência da lei da
reciprocidade, que se efetiva também na matéria fina, o ser humano forma para
si também sua vida futura – sua vida do Além e por ocasião da reencarnação
também no Aquém. No Aquém – na matéria grosseira – é então sua missão resgatar
esses fios cármicos, restabelecendo o estado de pureza original e conseguindo
finalmente realizar a, apenas retardada, ascensão para a Luz, agora através de
um direcionamento correto da força divina.
Assim o sentido da vida do ser humano que se tornou culpado reside,
portanto, no fato de libertar-se novamente da culpa através de uma sintonização
correta, de modo que seu término tenha de ser outra vez bom, como seu início.
Toda culpa e todo carma são
apenas de espécie material. Nada se transfere para o espírito, mas só pode se
aderir a ele. E por isso também é possível um lavar-se de toda a culpa, assim
como isso nos é exigido pelo sentido da vida na materialidade. O Filho do Homem
também nos anunciou, como é que esse purificar-se pode acontecer. Contudo, isso
deve ficar reservado a uma dissertação sobre esse assunto.
Resumindo, queremos constatar
mais uma vez de forma breve: O sentido
da vida é o desenvolvimento do germe espiritual através do cultivo das
capacidades nobres que repousam no germe e, com isso, para toda a humanidade é
o restabelecimento da ligação entre o mundo de matéria fina e o mundo de
matéria grosseira, através do que o mundo de matéria grosseira pode ser
beneficiado e elevado.
Depois do falhar da humanidade
isto só é possível agora através do Juízo Universal.
Para o ser humano individual,
porém, o sentido da vida consiste agora em, aproveitando corretamente o seu
livre-arbítrio, resgatar seu carma, criando para si somente efeitos recíprocos
bons e possibilitando assim sua ascensão. Ele pode conseguir isso, se servir a
Deus no sentido correto, unindo-se para tanto à vontade divina e aplicando-a no
centro da vida e da atividade de seu dia-a-dia. O ser humano individual,
portanto, deve aspirar agora para si, tornar-se um ser humano e nobre.
E essa meta deve ser alcançada
pela humanidade inteira no reino que
Imanuel edificará após o Juízo Universal. – – –
Se ainda nos perguntarmos agora,
por que Deus inseriu a vida no germe espiritual, o impulso para o
desenvolvimento, o impulso para realizar essa peregrinação pela Criação, para
que ele se desenvolvesse num “eu” espiritual consciente, então temos que
mencionar aquilo que um primordialmente criado nos anunciou um dia:
“Isso se encontra fundamentado na
imperscrutável deliberação de Deus, na qual ninguém tem acesso e a qual temos
de aceitar como algo evidente.”
Pois o espírito humano,
originário do puro espiritual, não seria capaz de assimilar o que é divino, nem
mesmo com a intuição. Neste aspecto ele precisa se curvar diante da elevada
majestade do Deus inapreensível.
Mas ele já ganhou infinitamente
muito com o fato de conhecer agora a finalidade e o objetivo de sua existência,
de seu desenvolvimento, podendo aspirar conscientemente à ascensão para a Luz.
Ele só tem de se esforçar por
compreender de forma plena e correta o sentido da vida –
E viver de acordo com isso!
Amém!