As Revelações de João
E vi novamente um
grande trono claro e Aquele que sobre ele estava sentado, o Senhor e Juiz de
todos os mundos. Diante de seu semblante luminoso, recuava aquilo que não podia
subsistir no Juízo.
E vi como os espíritos humanos vinham
para diante do trono do Juiz: grandes e pequenos, altos e baixos, todos eles
tiveram que aparecer para receber a sua sentença.
E livros foram abertos e neles
estavam registrados os pensamentos, palavras e ações de cada um, e cada um
recebeu aquilo que ele mesmo preparou para si. A eterna Justiça não conhece
nenhuma oscilação do ponteiro da balança!
Mas também foi trazido o Livro da
Vida, no qual estão registrados os nomes dos servos do Todo-Poderoso.
E também tiveram que comparecer
diante do trono do Juiz todos aqueles, cujos espíritos já se encontravam no
sono da morte, mesmo que seus corpos ainda estivessem ativos. E eles foram
entregues à morte eterna. De todos os planos vinham figuras espirituais, das
alturas e das regiões das trevas. Todos receberam a recompensa que eles mesmos conquistaram.
Mas aquele, cujo nome não estava registrado no Livro da Vida, era jogado
para a decomposição, para que deixasse de existir para todos os tempos. Esta é
a morte espiritual, que é pior do que a morte terrena.
Depois disso vi um novo céu e uma nova
Terra, pois todo o antigo havia passado, tudo tinha se tornado novo. Purificada
estava a Criação posterior de todas as trevas e de toda a maldição do pecado.
E eu, João, que vos relato tudo isso,
vi a cidade sagrada de Deus, a nova Jerusalém, surgir de acordo com o modelo
daquilo que se encontra no céu. Bela e maravilhosamente ornamentada estava ela
para receber o eterno Filho de Deus, nosso Senhor.
Aquele que estava sentado no trono
chamou com voz alegre:
Veja, a morada de Deus entre os
homens! Ele, o Filho do Homem, o Filho do Deus eterno, irá morar com eles. Eles
serão seu povo e ele mesmo, Imanuel, será o seu Deus e Rei.
Bem-aventurado será o povo! Todas as
lágrimas secarão, a morte não terá mais pavor, mas abrir-lhes-á a porta para os
reinos da Luz. Sofrimento e aflição e dor não terão mais morada entre eles,
pois tudo se tornou novo. O que era velho passou!”
E novamente falou Aquele que estava
sentado no trono:
“João, escreve o que te ordeno. Todas
essas palavras são verdadeiras e certas.
Vê, eu torno tudo novo! Agora tudo
está consumado. Eu Sou de eternidade a eternidade, o começo e o fim. Em Mim se
fecham todos os acontecimentos.
Darei ao sedento gratuitamente do
poço da água viva. Eles poderão beber e ter abundância.
Quem se supera, herdará tudo, Eu
serei seu Deus e Rei e ele será meu servo.
Mas quem desanima e é de pouca fé e não me reconheceu, quem estiver no
pecado e pratica crimes, o seu quinhão será o tormento da condenação, da
decomposição. Isso é o pior, a morte espiritual!”
Aproximou-se então de mim um dos sete
anjos que haviam derramado as taças da ira divina e do Juízo sobre o mundo. Ele
falou para mim:
“Vem e vê o que quero te mostrar!”
E em espírito levou-me para uma alta
montanha e mostrou-me a nova cidade, a Nova Jerusalém, que Deus havia mandado
construir de acordo com o modelo do alto.
A cidade estava completamente
perpassada pela magnificência divina. Os raios que dela partiam assemelhavam-se
ao brilho das pedras mais preciosas e como que de jaspe claro.
Em volta da cidade, havia um muro
alto e grande que tinha doze portões. Nos portões, vigiavam doze anjos e sobre
os portões estavam escritos os nomes dos escolhidos do Senhor. Para cada
direção celeste conduziam três portões.
Entre estes, situavam-se doze
superfícies, sobre as quais estavam escritos os nomes dos discípulos de Jesus.
O anjo que comigo falava, tinha uma
vara de medir, para que pudesse me mostrar o quanto era grande a cidade
sagrada. Seu comprimento, sua largura e altura eram exatamente iguais.
Quadrangularmente fora ela construída. *(A cidade sagrada
é um cumprimento em alturas luminosas, não sobre a Terra.)
Seus muros eram unidos com jaspe, mas
eles mesmos eram de ouro puro, que parecia fino e transparente como vidro. As
superfícies dos muros estavam ornamentadas com pedras preciosas: com jaspe,
safira, calcedônia, esmeralda, sárdio, carneol, crisólito, berílio, topázio,
crisópraso, jacinto e ametista.
Os doze portais eram pérolas e as
ruas da cidade eram de ouro puro.
E olhei em volta, mas não encontrei
nenhum templo na cidade, pois toda a cidade é um templo de Deus, pois o seu
Rei, o próprio Deus eterno, habita nela.
Ela também não precisa mais da luz do
sol e da lua para ter santidade, pois a magnificência de Deus a ilumina.
“Todos os que podem chegar até ela,
caminham na mesma Luz de Deus, que do alto penetra em suas almas. Os reis da
Terra deixarão de lado suas coroas e irão entrar na cidade para adorar a Deus.
Jamais os portões da cidade
estarão fechados, pois nada de mau ou de pecador poderá aproximar-se dela.
Somente aqueles, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida, poderão entrar e
sair dela. Alegria pura preencherá todas as almas, pois o seu Rei está com
elas.”
Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):