Série: Enteais – entes
da natureza
A Dança dos Silfos
por Geoffrey Hodson
Visto num lapso aéreo de visão
formada desde um vislumbre em alturas distantes, um provável guia angélico
atento na direção do alto, abriu seus braços junto a seu condizente chamado,
com o efeito instantâneo de aproximar povoadas ordens de entes do ar, até o
gramado um pouco acima, de onde até então ele se encontrava ereto. Enquanto
desciam, os Silfos já se agrupavam, e suas auras produziam o efeito de
nevoentas formas, na maioria das vezes similares ao cor-de-rosa, com brilho
intensamente irradiante, cuja atmosfera trazida inspirava a sensação de
abundante alegria, como de um grupo de crianças libertas da escola naquele
assim parecido momento que propriamente significava o contrário, pois o suposto
“anjo” os chamara da real liberdade flutuante das alturas, para um servir pelo
tema na dança dos silfos.
A convocação consistia de uma
corrente altamente concentrada de força revestida de matéria mental do
pensamento impulsivo por sua vontade dominante de regente. Na parte superior da
aura do “anjo”, algumas pequenas formas brilhavam no ar, com a ponta para cima;
a coloração principal em tom rósea, e as pontas em feixes azuis metálico,
golpeavam cada silfo, pelo alerta de sua descida, cuja reação demonstrava que
sua vontade equivalia a uma ordem. Ao sorrir espontaneamente para eles, raios
róseos de amor brilharam dos silfos para o dito “anjo”, voltando dele, pela sua
aura em consentânea resposta de afeto, tanto mais teor de semelhante colorido
luminoso. De sua aura lateralmente brotaram duas irradiações similares a asas,
que em seguida envolveram o grupo de silfos como estímulos luminosos vindos
dele, pela sua regência. Pelas asas era mantido o compasso, de um movimento
contínuo, gracioso, amplo e oscilante para frente e para traz; entre ambos,
maestro e regidos, com cada batida de “asas” vertendo-lhes mais vida e amor,
suprindo-os com intensa alegria até o estado de um enlevo geral sublime.
Os silfos manifestavam um para o
outro, imensa afeição recíproca, estando muitos deles “eretos”, com os braços abertos
no ponto de se apoiarem uns sobre os outros. Terminadas essas felicitações,
iniciou-se um movimento coordenado, dispondo-se todo o grupo em fileiras
circulares, na forma de uma flor convolvulácea. Um silfo, especialmente marcava
o centro, três formavam um círculo em volta dele, com grande parte voltada para
o meio; o restante em diversificações circulares, na forma cada vez mais ampla
que o precedente, luzindo a partir da luz rósea variações pelas cores naturais
de suas auras entre mutantes nuance de uma opala.
Então, toda a “flor” começou a
girar; os silfos movendo-se todos juntos e mantendo com perfeição a forma
convolvulácea de início. Em suas faces estampava-se uma expressão de prazer,
com seus longos “cabelos” flutuando e suas diáfanas vestimentas misturadas numa
expressão de perfeita unificação entre pensamento, sensação e sentimento.
Eles giravam com rapidez numa
cadência crescente, até o maestro dar o sinal de moderação, levantando a mão
direita acima de sua cabeça. Com isso, o grupo todo que ainda continuava
girando pela mantida coreografia em flor, desacelerando imperceptivelmente numa
elevação magistral para as alturas espaciais, com o encanto visual de cada
círculo num lapso maior de rapidez se abrindo em fileiras até fragmentar-se ao
número de dois a três silvos, em que na dança permaneciam rodando e subindo na
forma de flor, qual imagem finda brilhante no céu como estrela. Concluiu-se
assim o espetáculo natural por oferenda da unidade universal em arte, com amor
e alegria na recíproca purificação daquela localidade marcada como palco
especialmente escolhido para prestar reverência pela vida...
extraído do livro: O
Reino dos Deuses – de Geoffrey Hodson
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